Enjaulado pelo ciúmes...
Um observador, vive de analisar a rotina de todos no reino animal. Eis que lhe chamou atenção um fato trágico, se fosse na vida de pessoas de classe alta , isso geraria uma coluna estampada bem na primeira página dos melhores jornais.
O João-de-barro é pouco menor que um sabiá, porém mais delgado. Sua cor é cor de terra, com a garganta branca e a cauda avermelhada. É uma ave alegre que gosta de conviver com o homem. Vivem em casais e passam os dias a gritar em curiosos duetos.
Muito admirável a habilidade com que esta ave constrói a sua casa nos postes, nas traves das porteiras ou nos galhos de árvores desnudas. O ninho consiste em uma bola de barro, dividida em dois compartimentos. A porta, que permite ao pássaro entrar sem se abaixar, impede que o vento atinja o interior, pois é sempre voltada para o norte. Macho e fêmea ocupam-se ativamente da construção, transportando grandes bolas de barro que são amassadas com os bicos e com os pés. No compartimento maior, forrado com musgo, cabelos e penas, a fêmea deposita de 3 a 4 ovos brancos, três vezes ao ano.
O João de Barro é tido como passarinho trabalhador e inteligente. Seu canto parece uma gargalhada (no Sul dizem que, quando ele canta, é sinal de bom tempo) e é amigo de todos, lutando para salvar seu ninho, sua casa. Um dia, brigou com Tapera (andorinha), que chegou a dominá-lo e despejou-o do ninho ainda em construção. A fêmea, conhecida como "Joaninha-de-barro" ou "Maria-de-Barro", ajuda na construção do ninho, mas parece não ser constante, abandonando o macho. O João-de-Barro é fiel até o fim e, por isso, quando percebe que a esposa mudou de amor, tampa a abertura da casa, fechando-a para sempre.
A briga de marido e mulher, entre o JOÃO DE BARRO com a sua amada, chama a atenção de um observador, dai uma história trágica acontece, e mal foi notada pela população vizinha.
O João de Barro macho que brigava com a fêmea, enciumado como só ele, num queria perder seu amor. Ele vingativo, fecha-a em seu ninho.
Cruel consigo mesmo, sufocou quem ele amava, ambos presos a um amor rotineiro, o amor já não é capaz de cantar, a fêmea menos.
Observado por um curioso, o enjaulou, e solitário, se definhou.
As grades que o prendia era muito mais do que mero aço.
O observador o soltou pensando, que seu definhar nada mais era do que a tristeza de sentir a falta da liberdade.
Nada, do lado de fora o João de Barro se sentia enjaulado por dentro...
O que lhe consumia... a falta de sua amada, ou saber que não era amado ?
As grades do coração, limitam a liberdade de sentimento, de pensamento, de atitude.
Se a fêmea sentisse a liberdade não faria o que fez?
Será instinto da espécie?
Vejamos que inconscientemente , o machismo animal, a castigou, mas na realidade, essa vingança, de maneira nenhuma resultou em felicidade.
Por que ela o traiu? (não é ato de se admirar), claro que não é digno, nem no reino animal, mas o mundo de conflitos é consequencia do quê?
A pergunta que não quer calar, porque ele fez isso e ela também?