UM DIA DE SONHO

Acaso tivéssemos um dia de sonho e, em tal devaneio, imaginássemos nosso mundo como um lugar onde existisse a lídima fraternidade; onde não houvessem iniquidades; onde não existisse tamanha ambição e onde não se vissem desigualdades sociais; onde o forte fosse arrimo do fraco; o rico, igualmente do pobre.

Um mundo onde pessoas não explorassem a boa-fé de tantas; onde criaturas não subissem na vida à custa do sangue e da lágrima de outras.

Uma esfera onde irmãos não se digladiassem; onde não mais enxergássemos pessoas catando lixo para comer; onde não houvesse o flagelo da fome e da seca; onde a Natureza não fosse tão brutalmente agredida.

Enfim, onde o homem não fosse o lobo do próprio homem...

Entrementes, o dia seguinte traria de volta a normalidade do que vemos na banalidade dos dias que transcorrem na ampulheta do tempo, ou seja: mediocridade, mazelas várias que a humanidade carrega.

Os narcotraficantes às portas das escolas, tentando levar ao vício e à morte milhares de jovens e, a polícia impotente para coibir tais ações.

Veríamos o autêntico confronto social que grassa como uma guerra do crime organizado contra a sociedade, num planeta onde a violência impera e a criminalidade cresce em escala geométrica e as possíveis soluções, para tudo isso, vindo sempre em escala aritmética.

Continuaríamos não ficando um dia sequer sem nos depararmos com notícias que são mais que sinistras, tal a influência assustadora que exercem em muitos de nós.

Ademais, os negros relatos que enxameiam nos órgãos de comunicação social, principalmente na televisão, são tantos que falta espaço para relacionarmos boa parte deles.

Voltariam as manchetes de jornais falando em guerra no Oriente Médio, desmandos de toda sorte no Irã, na Coréia do Norte, fome e doença na África e, ainda falando de Hugo Chávez na Venezuela, Zelaya em Honduras, etc..

A politicalha, para não dizer canalhice, retornaria a toda; os políticos de um modo geral, dizendo uma coisa e fazendo outra. Tanta sujeira que chega a enojar...

Salário mínimo para um trabalhador que enfrenta as agruras de viver com tal quantia, vendo sua família passar fome e toda a sorte de necessidades, enquanto os "políticos" recebem altos salários e "jetons" cujos valores são uma afronta ao povo.

A cruel realidade a confranger, a machucar as almas sensíveis, as quais, por sorte, existem no seio de tanta dureza de coração...

Este seria o dia seguinte daquele "dia de sonho", cuja transformação em realidade ainda está muito distante em várias partes do mundo.

Como diz um amigo: "Enquanto os homens perseverarem no que se comprazem, cristalizados no equívoco, no mal, falando de Deus apenas por falar e cometendo atrocidades sem conta, valorizando as coisas materiais em detrimento das espirituais, a era de paz está a alguns anos luz da Terra".

Mas, de nossa parte continuemos sonhando e porfiando pela paz, porquanto, por ora é o que podemos e devemos fazer...

Até quando?!

PEDRO CAMPOS
Enviado por PEDRO CAMPOS em 25/11/2010
Reeditado em 25/11/2010
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