Reflexo de quem eu sou
Ela tinha um ar misterioso que me chamava atenção, além do resto: sorriso estonteante, olhos camaleão –foi como eu os batizei-, e uma simpatia à qual era impossível resistir.
Em seus olhos, que dia eram verdes e outro, castanhos; sem falar nos dias em que eram castanhos esverdeados –por isso a alcunha-; eu podia ver a pureza de sua alma.
Era doce e sentimental, mesmo que não demonstrasse, eu conseguia ver. Apresentava-se fria e calculista, e ainda assim simpática; tinha uma enorme dificuldade em falar sobre seus sentimentos, de demonstrar afeto; sem entender, apaixonante. Muitos rapazes a ela cortejaram, e nada conseguiram. Guardava-se para o homem certo –era o que dizia-, mas na verdade, acho que tinha medo de entregar seu coração, de se machucar.
Hoje, frente a ela, vejo-a mais madura, mais segura de si. Ela que já não se importava muito com o que pensavam a seu respeito, hoje menos ainda. Respeita as opiniões alheias, mas não permite que elas interfiram nas suas. Extremamente ética, sincera, antes de tudo com sigo mesma; mulher de caráter e princípios, coloca o correto acima de seus sentimentos -ou pelo menos tenta.
Hoje, vejo-a diariamente, refletida num vidro em meu quarto...