Sobre relacionamentos

Escrever sobre o amor sempre é complicado, quando você acha que aprendeu alguma coisa, que perdeu todos os seus medos, acontece uma virada de trezentos e sessenta graus, e você descobre que não sabia nada, que cada situação é diferente, não existe uma regra. Quando você olha o passado as pessoas com quem se envolveu não são as mesmas, podem estar melhores ou piores, depende do que lhes aconteceu depois.

Depois de anos sozinha você conhece alguém novamente, deseja que as coisas seja diferentes. Pega uma folha de caderno, avalia todos os seus relacionamentos anteriores e tenta expurgar tudo que fez de errado e muda, se era manipuladora e dominadora tenta se acalmar, bom no meu caso mudei da água para o vinho, virei uma conciliadora, do tipo que faz de tudo para não brigar com o individuo, por mais que ele ínsita, alias não tem motivos para brigar, tudo começou com uma atração física sem compromisso. Mas quando você percebe, quem pirou na batatinha foi ele, que passa a pegar no seu pé, então você percebe já está envolvida, e fica do lado da pessoa tentando dar apoio, inclusive em situações difíceis. Mas na vida, nada é fácil, então ele manda um SMS na hora mais imprópria possível e termina com você. Como uma pessoa madura age? Simples, deixa o ser amado ir embora, pelo simples fato de que as pessoas tem todo direito de ir e vir. Semanas depois vocês conversam, afinal, não querem perder a amizade, ele dá em cima de você, faz perguntas sedutoras e insinuantes. Agindo por instinto você cai em tentação e baixa a guarda, então as três horas da manhã o celular toca com ele com mais um SMS daquele que não sabe o que quer, então a briga começa, ele torra a sua paciência, e te cobra o fato de você não dar um pit por ele terminado da primeira vez, então o que você faz, simples, termina com ele. Dói pra caramba, mas você supera, no fim vai senti um alivio e acaba percebendo que vocês passavam mais tempo brigando do que sendo felizes.

Ai então, você se vê livre novamente, livre como um pássaro a voar pelo céu azul, não há ninguém te cobrando, sua vida está em suas mãos, pode mudar de cidade, de estado ou de país, sem consultar ou carregar ninguém da mala. Você está feliz, se sente alegre e saltitante. Então ele aparece, e aquela pessoa madura dos relacionamentos anteriores desaparece, tudo começa como uma bela amizade, vocês conversam sobre coisas que sentem, ou simplesmente jogam conversa fora, mas no fundo você sabe que não é bem assim, olha para ele com carinho, e seus olhos brilham, outras pessoas percebem, e em pouco tempo você vira uma coisa que nunca foi, uma adolescente de dezesseis anos completamente apaixonada, que age feito uma retardada, e fica tremendo só de falar com o rapaz pelo MSN. Ah! Você também entra em pânico, sim pânico, descobre que amores platônicos e fadados ao desastre são mais fáceis de lidar, do que o fato de que alguém possa estar apaixonado por você. O medo é tão grande que você tem uma diarréia verbal toda vez que fala com ele, seu raciocínio lógico some, e quando você percebe chutou ele para bem longe. Mas não é que o rapaz é insistente, ele volta, mas o pavor volta também... Opa, opa, espera um pouco, você tem quase trinta anos, aprenda a lidar com a situação, marque um encontro, perca seu medo. Opa! Ele não consegue aparecer, estava trabalhando forçado, você se sente insegura, resultado, mais uma diarréia verbal, ele fica chateado. Você pensa: Como sou idiota, queria ser um avestruz para poder enfiar minha cabeça dentro de um buraco e nunca mais sair, ou então vou para o Tibet vira monge, várias coisas passam pela sua mente. No fim você pede desculpas, depois entra em pânico novamente, sente angustia, ansiedade, é como se estivesse assistindo um filme, e deseja saber logo o final. Mas calma, não dá pra saber o final sem saber o meio. E eu estou no meio, caraca, se estou no meio, não tem como adivinhar o final.

Acho que agora finalmente vou conseguir dormir.

Desculpa, esse texto não tem final, porque ainda estou no meio.

Sabrina Ferreira
Enviado por Sabrina Ferreira em 24/11/2010
Reeditado em 24/11/2010
Código do texto: T2633311
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