A ótica do escritor...
Às vezes nós - que gostamos de escrever e que temos necessidade de sermos observados como escritor - deparamos com dilemas que são próprios da vida de quem se comunica. Ou melhor, estamos repassando nossos aprendizados, as nossas mensagens, ou nossos versos, mas não sabemos se tais assuntos ou as formas de produzir nossas reflexões são suficientemente inteligentes para que alguém leia e se interesse pela nossa escrita.
Até ai, tudo normal, pois não temos bolinha de cristal para enxergarmos além da nossa luta presente, de forma que possamos extrapolar o limite do ponderável, já que qualquer assunto que venhamos desenvolver, estaremos sempre dependente da curiosidade ou da chama de expectativas que pairam sobre os leitores. Por certo, diante desse quadro pouco alvissareiro, é conveniente, de vez em quando mudarmos o nosso estilo literário, ao invés de ficarmos repetindo versos que não rimam na alma do leitor; mister catalogar temas atualizados que possam contribuir para o conhecimento humano, pois, nesse caminho, fatalmente, renderá melhor atenção dos leitores.
O escritor não precisa entrar em dilema consigo mesmo quando pára por certo tempo de escrever. Algumas vezes, vejo alguém escrevendo que quer escrever, mas, não encontra inspiração, ou não encontra um assunto que lhe agrade para poder colocar em xeque com o leitor. Absolutamente normal que haja esses intervalos de tempo, onde nossa alma possa navegar pelo infinito em busca de sossego. Parece que nosso espírito é inquieto em certo tempo, mas, travesso noutras horas. A inquietude não é compatível com a chama da inspiração, pois, traz apenas um alvoroço de pensamento. Entretanto, as horas de travessura da mente, quando estamos acesos para as coisas da vida, é o melhor momento para criar a palavra, transformando-a em mensagens lindas que tornam sensíveis aos corações humanos.
Por vezes, também estamos sedentos de ler e estar com assuntos novos, com estórias inéditas, com momentos de euforia, para que possamos encher nosso coração de energia poética, fazendo com que aquele friozinho na espinha possa engatilhar toda nossa capacidade de criação. São esses instantes de emoções intensas, que somos levados a explorar os sentimentos em tons coloridos, com metamorfoses de idéias que surgem do nada, mas que se transformam num turbilhão ou num redemoinho de versos espontâneos capazes de ‘remover montanhas’, já as coisas mais belas são aquelas que se encontram ao nosso lado, mas que não as enxergamos, porque estamos cegos, de poder ver com a alma.
Assim, eu, particularmente, não me preocupo quando estou taciturno e me prendo no caramujo do silêncio, sumindo por uns tempos do mundo das letras, porque não quero me robotizar com o estigma da celebridade ou da falsa aparência, já que mais vale prezar pelas coisas que são nobres, do que produzir resultados inúteis que não irão contribuir com a verdadeira vocação do escritor, que é repassar boas mensagens para os leitores.
Creio que todos nós que gostamos de escrever temos uma tarefa Divina que é levar mensagens lindas que possam contribuir com as pessoas que estão passando por dificuldades, ou que precisam se recuperar de traumas da existência. Não só isso; é claro, pois também temos a função de despertar o leitor para o bem e para os ensinamentos que agregam o ser humano.
Por tal razão, não me desespero quando estou pouco inspirado. Dou tempo ao tempo, já que não vão ser as horas e nem o passar dos dias que irão dissipar minha vocação de escrever. Nós, escritores, temos um circuito automático interligado com o nosso cotidiano que é acionado quando deparamos com um determinado acontecimento fugaz, que aparece de forma repentina. Esse botãozinho se liga e remove nossa letargia poética. Ela vem como um vulcão e explode em palavras!!!