QUEM É O CARA?
 
 
 
Para mim, Reginaldo Rossi é o cara!
Dia desses, em certo programa esportivo de âmbito nacional, Reginaldo dava sua “canja” aos debatedores e telespectadores. Dono de uma presença de palco digna de um Orlando Dias, seu conterrâneo por sinal, cantou até deitado no piso do estúdio, coisa que o outro fazia. Grande ator, grande carisma. Como de hábito, certamente Reginaldo fora provocado a falar sobre a pecha de brega que rotularam sua música e a de outros cantores populares da nossa música. Bem humorado respondeu: “Engraçado, nos EUA Frank Sinatra canta Let Me try Again e todos por aqui babam e batem palmas. Se Amado Batista canta Princesa ou Agnaldo Timóteo canta algum de seus inúmeros sucessos, é brega, pode?!!!” Pergunta com seu sotaque anasalado para depois prosseguir: “É preciso saber respeitar a vontade, o gosto musical do povo. Os três tenores, por exemplo, Plácido Domingo, Pavarotti e Carreras, só conheceram a verdadeira popularidade quando cantaram Ó Solemio --- cantarola parte da canção --- Granada, Mamãe Sou Tão Feliz e outras do repertório popular!”
Bati palmas para ele.
Ao meu espírito simples, de acanhado refino e conhecimentos musicais, a música como um todo me fascina. O leque da minha preferência por ela, seja vocalizada, seja ela orquestrada, abrange 170 graus, constituídos pela riqueza de nossas composições brasileiras de todos os gêneros, da música estrangeira, inclusive a clássica quando se trata das valsas, e alguns trechos da clássica erudita.  Outros 10 graus deixa pra lá.
Em relação a música brasileira, digo que, da riqueza poética que vi na música de Vinícius de Moraes, a vi, também, grandiosa, num Jair Amorim, Lupicínio Rodrigues, no próprio Roberto Carlos, inclusive no gênero caipira defendido por Tião Carreiro, Zé Fortuna e outros.  Se aprendi a admirar a beleza na “construção” musical de um Chico Buarque, não me envergonho de reconhecê-la em Tortura de Amor de Waldick Soriano ou a sensibilidade de Nono Basílio e Índio Vago compondo Mágoa de Boiadeiro, para não alongarmos mais.
“Arghhh!!!” Muitos poderão  reagir assim à minha tolerância musical.
“Mais vale um gosto que um carro de abóboras, gente!”
Mas, deixando as abóboras de lado, “Garçom, por favor! Manda uma do Reginaldo Rossi para ouvirmos!”