Os sonhos de todos nós ( BVIW)
Lilá desabou em meu sofá, aos prantos! –“Não agüento mais! Um dos gêmeos quebrou o braço e agora quebrou o gesso. O outro aprontou na escola e tenho que ir ouvir protestos da professora! Não foi isso que sonhei para mim!”
Desde que nascemos temos sonhos, aspirações.
O bebê quer se ver livre do berço. Ele não fala, mas tenta escapar assim que é capaz. Os que engatinham tentam constantemente se levantar. Haja tombo! Assim em cada fase da vida o ser humano tem pretensões, almeja o inatingível até, quem sabe, chegar lá.
Quando chegamos à vida adulta o corriqueiro povoa nosso dia a dia e passamos por cima das vontades sonhadas na adolescência e na juventude. Onde ficaram esses sonhos?
Pensando no desabafo de Lilá procurei os meus sonhos. Eles estavam todos numa caixinha bem fechada no fundo da memória. Abri aos poucos.
Em meus tempos de influência hollywoodiana quis ser dançarina. Ensaiava em frente ao espelho, com toalha amarrada na cintura. Houve o tempo de sonhar com viagens pelo mundo. Houve o tempo de me imaginar grande executiva, freqüentando altas rodas. Apertei e espremi cada sonho e suas razões de ser e concluí que o resultado final de cada um era apenas a sensação final de felicidade. Não realizei os sonhos que tive, mas o resultado final está aqui: Sou feliz.