Duas Vidas, um Destino - 11ª Vida, Reencontro

11ª Vida – Reencontro

“ Sentir saudades e sentir falta podem ser duas sensações diferentes.

A primeira é uma lembrança que pode ser tanto nostálgica quanto desgostosa,

Enquanto a segunda é o fato de se querer estar junto a alguém ou alguma coisa.

Agora a partir do instante em que esses sentimentos se unirem, o que sentiremos?”

Vários minutos se passaram desde aquela aparição em meio à mata densa e nenhum daqueles que ali se encontravam movera sequer um único músculo. Parecia mais como se eles fossem apenas estátuas adornando um belo e enorme jardim de alguma mansão de tamanho incomensurável. Apenas a vida selvagem e o vento davam à cena alguma vida.

Harumi recobrando-se corre contra a jovem ciborgue e no instante em que a mesma percebe o fato, Harumi preparava um soco direto contra ela que não teria tempo de se esquivar devido sua proximidade.

-Não Harumi!!

BLAM!!

........................

Novamente, todos ficam num silêncio fúnebre devido ao que acabara de ocorrer.

Setsuna e Katsu permaneciam estáticos vendo a cena.

Harumi e a jovem ciborgue, suando profusamente presenciaram um projétil passar entre as duas e atingir uma árvore logo atrás delas fazendo com que as mesmas permanecessem nas suas posições, como se esperassem uma ordem de alguém que por ventura tivesse o controle da situação.

-Como já disse antes, acho melhor vocês deixarem essa luta pra outra hora. – diz a jovem que ainda se encontrava no galho de árvore agora ocultando os raios do sol.

A ciborgue se recobrava do susto e se preparava para deixar o local quando algo lhe é arremessado, o que ela, com um reflexo felino, pega antes de acertar seu rosto e nota ser seu braço que fora arrancado momentos antes arremessado por Setsuna que a olha fixamente.

-Nos vemos em breve garota.

-Karin.

-O que?

-Me chamo Karin, Setsuna. Como você mesmo disse, nos vemos em breve.

Após isso, a ciborgue Karin adentra na mata desaparecendo.

-Você está bem Setsuna? – pergunta Katsu.

-Sim. Mas antes tenho duas coisas a resolver.

-Hã?

Nesse instante, Setsuna arremessa um pedaço de madeira caída na direção de onde se encontrava a pessoa que havia impedido a luta anteriormente ao que se seguiu um baque surdo, um farfalhar de folhas e um segundo baque, agora vindo do chão logo abaixo.

-Ai. Como ousa...!

Ao olhar a frente ela percebe que Setsuna se encontrava ante seus olhos em pé com sua imponência peculiar e seus olhos que a fulminavam sem piedade, fazendo com que a jovem comece a suar frio e fraquejar.

-O que diabos você queria fazer nos atrapalhando assim, desse jeito! Explique-se garota!! Quem te mandou até nós? Foi o Ibuki? Fale logo pirralha, antes que eu...

-Calma Setsuna, calma – diz Katsu o segurando por trás tentando impedir uma possível desgraça – nós nem sequer sabemos o que ela quer e se você ficar pressionando a menina desse jeito, talvez não consigamos nada...

-Não seja ridículo Katsu!! O que raios alguém como ela estaria fazendo aqui, no meio do nada? E ainda por cima com uma arma na mão que nem o Ino...

Nesse instante, como que movida por alguma força descomunal, a jovem se ergue rapidamente colocando sua Glock Perfection na boca de Setsuna enquanto Katsu o segurava.

-Mas o que...

-Eu te disse Katsu, essa mulher é estranha. Foi só dar uma brecha e ela resolveu nos atacar.

-CALEM ESSAS MALDITAS BOCAS VOCÊS DOIS!! – grita a jovem – Vocês acabaram de falar nele... naquele miserável... ONDE ELE ESTÁ???

-O quê? Como assim “ele”? Quem é “ele”?

-Cale essa boca Katsu. Deixa que resolvo isso.

-Setsuna.

-NÃO SE MEXA!

-Você quer atirar em mim garota? O que você espera conseguir com isso? De quem você está atrás?

-Dele. Ino Kawazaki. Aquele maldito! Eu tenho que encontra-lo!! E eu o vi com vocês lá na cidade.

Ao ouvir isso, os olhos de Setsuna pareceram inflamar.

-VOCÊ QUER O INO?? REALMENTE ESTÁ DISPOSTA A TUDO PRA ENCONTRÁ-LO?? – dizendo isso, Setsuna pega a arma e a coloca entre seus olhos – ENTÃO ME MATE! VAMOS O QUE ESTÁ ESPERANDO?? ME MATE!! ME...

BLAM!

O disparo ecoa pela floresta fazendo as aves restantes abandonarem o local.

A jovem tremia convulsivamente enquanto segurava o gatilho que havia acabado de apertar enquanto o cano fumegava na mão de Setsuna que o tirara de seu rosto fazendo o disparo raspar-lhe o rosto, ao que Harumi caía de joelhos devido a tensão do momento.

-Mas... como?! – diz incrédula a jovem que acaba por ir ao chão derrotada – Como conseguiu desviar? Como?

-Se você resolver parar de tentar nos matar e esperar nossas respostas primeiro, quem sabe assim você não percebe quem são seus verdadeiros inimigos.

-Mas onde ele está? Por que você não me diz onde ele...

-ELE ESTÁ MORTO SUA IDIOTA!!!

Ao receber essa resposta, a jovem para. De repente, tudo para junto com ela. Pareceu até que os animais se afastaram daquela clareira ao perceber o clima tenso e mórbido que se instalara no local. No entanto, Setsuna de repente volta a ser o jovem Setsuna, surpreendendo ainda mais a garota.

-Mas que diabos...

-Espere. – diz Katsu – Como amigo dele, vou lhe explicar tudo o que nos aconteceu desde que pegamos a autoestrada para esse lugar.

Katsu relata a ela toda a perseguição da qual fizeram parte, inclusive a queda no precipício.

Após ouvir tudo atentamente, a jovem olha para todos ali presentes e diz:

-Perdoem-me, eu... não sabia pelo que vocês passaram até chegarem aqui. De toda a trajetória de vocês, eu só tomei parte no cerco policial e depois, seguindo a trilha da fumaça no meio da floresta até aqui, portanto não sei do que aconteceu a vocês nesse ínterim.

-Agora... o que diabos aconteceu com ele?? – pergunta a jovem enquanto aponta para Setsuna – Porque ele de repente mudou de aparência assim?? Digo, ele ainda me parece o mesmo, só que... tem, algo diferente, eu não sei explicar ao certo. Me parece que ele era um tanto quanto... mais maduro antes...

-Isso fica pra depois Minerva. – diz uma voz masculina de dentro da mata, que vem se aproximando aos poucos – No momento temos assuntos mais urgentes... certo pessoal?

Nesse instante, todos se viram para ver uma pessoa surgir por entre os arbustos. Usando uma calça jeans desgastada pelo tempo ou pelo uso, um sapato preto que parecia não saber o que era ser lustrado há um bom tempo, vestindo uma camisa de botões branca por dentro de um colete de manga comprida tão escuro quanto podia, devido ao desgaste do couro que o compunha. Uma corrente pendurada de um dos bolsos externos dava-lhe um ar mais roqueiro, o que combina com seu cabelo levemente desgrenhado negro como uma noite de lua nova, apenas com uns pequenos resquícios de galhos e poeira que por alguma razão combinavam perfeitamente com seus olhos âmbar, cor que também parecia permear pontos de suas vestes como se houvesse sangrado profusamente, isso tudo sem contar suas duas armas automáticas, das quais só se viam os punhos saindo por entre os lados da jaqueta.

..................Agora, antes de prosseguir com a cena, faz-se necessário um retorno de pelo menos 20 horas no tempo, exatamente no desfecho da luta no prédio de Katsu no dia anterior...................

Setsuna após receber um golpe de Ibuki que encravara sua espada no flanco direito dele, se enfurecia ao ouvi-lo falando sobre o passado de Ino, tentando martiriza-lo com informações comprometedoras sobre seu passado, mais precisamente sobre o dia em que ele errara o seu único disparo em carreira, o qual levara a morte seu amigo de profissão, seu parceiro.

Sem mais ouvir, Setsuna emprega uma força descomunal e atinge em cheio o rosto de Ibuki com um soco, fazendo-o voar para fora do apartamento rumo à queda iminente do 10º andar daquele prédio.

Como uma bala, Harumi passa rente a ele saltando no vazio em direção ao seu “pai”, o pega e o arremessa para uma janela à sua frente num dos andares inferiores.

Setsuna, Ino e Katsu que observavam a cena procuram ver o que acontecera com Harumi, no entanto não a veem em lugar algum.

-Espere Setsuna, não se mova, – diz Katsu – antes temos que retirar essa espada de você. Sorte sua não ter atingido nenhum órgão vital.

Ao dizer isso, Katsu ia se aproximar de Setsuna, quando mais rápida que ele, Zero salta por sobre Setsuna arrancando a espada de uma vez de seu corpo e correndo em direção ao vazio atrás de Ibuki, fazendo-o gritar de dor.

-Zero! – clama Katsu, fazendo com que ela pare na borda – Por que faz isso comigo? Desista disso.

Mas antes que dissesse mais alguma coisa, ela salta e some.

Uma lágrima solitária lhe corre a face, antes que ele possa se virar e socorrer Setsuna.

Após esse problema, eles realizam um curativo provisório em Setsuna e descem em direção ao subsolo do apartamento, onde se deparam com vários carros belíssimos, alguns de uso cotidiano outros mais sofisticados, até que eles percebem um brilho prateado mais à frente.

-Vamos naquele ali. – diz Ino.

-O quê? Você está louco Ino, primeiro, como você espera passar despercebido com um carro desses e segundo, como vamos sequer pegar esse carro sem as chaves.

-Como diria você, “meu caro Katsu”, você também parece subestimar meu trabalho. Esqueceu que sou um policial, antes de ser detetive. Eu sei tudo sobre trancas e alarmes de automotivos. Isso aqui é moleza pra mim. – dito isso, Ino se adianta em direção ao carro, um belíssimo e arrojado Hyudron Tiburon e começa a avalia-lo, e quando enfim ele consegue descer o vidro do motorista, o alarme dispara. Rapidamente, os três entram no carro, desligam o alarme e partem em disparada pelo estacionamento.

-Sabe tudo sobre trancas e alarmes de automotivos não é Ino?

-Ah, cale a boca!! Ninguém é perfeito!! Pelo menos pegamos o carro.

-É verdade. Você só se esqueceu de um problema.

-E qual foi?

-Estamos sendo seguidos pela polícia!!

-Droga!! – dizendo isso, Ino pisa fundo no acelerador, tentando fugir dos carros-patrulha – E então Katsu, pra onde vamos?

Pra fora da cidade. Tem uma igreja nos limites da cidade que podemos usar para descansar antes de partirmos pro nosso próximo destino.

-Ok!!

OnePiece
Enviado por OnePiece em 22/11/2010
Código do texto: T2629527
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