PET
Houve uma época em que a gente comprava os saborosos refrigerantes nas garrafas de vidro, de sabor inconfundível. Ainda não havia tanta descoberta no mundo. Era gostoso mas nem um pouco nutritivo, como é até hoje. O que mudou foram as embalagens. Para comparamos um refrigerante e levá-lo para casa, tinha-se que ir com o “casco” como eram chamadas as garrafas retornáveis. Quando criaram o refrigerante tamanho família, foi a glória. Uma família grande como a minha, por exemplo, não precisava mais comprar um engradado com 24 garrafas a cada final de semana para que todos pudessem beber à vontade e ficar juntando vasilhame no quintal. As crianças mesmo podiam ir ao bar da esquina e trazer algumas garrafas de 1 litro, desde eu levassem os cascos. Quem não os tinha, pagava uma espécie de taxa de garantia, que chamavam de “vale” e depois buscavam o dinheiro de volta quando estivessem vazias e fossem devolvidas.
A matéria prima muito abundante na natureza daquele tempo, a população crescendo desenfreada e a necessidade de aumentar a produção e reduzir custos dos fabricantes para obterem mais lucros foi a combinação perfeita para inventarem o PET. É um polímero composto de umas substâncias químicas tão estranhas que convencionaram a chamar de plástico, mais popular no conhecimento de todos. Vai que é um recipiente que pode causar mal à saúde ao longo do tempo através de resíduos... já pensou que confusão? Experimente consultar o conceito de polímero no google (wikipedia) para ver que sinistro que é!
Isso aconteceu recentemente com o amianto que nos matou a sede durante dezenas de anos através das caixas d’água até descobrirem que o produto é cancerígeno. Já haviam inventado o PVC, outro polímero. Mas, deixemos pra lá se ele também vai nos causar algum mal à saúde a longo prazo? Só vamos saber daqui a muitos anos e quando já tiverem a garantia que inventaram outro produto químico de menor custo e de maiores lucros. Aí, sim vão condenar o PVC, tal qual aconteceu com o amianto e assim sucessivamente. Nós, enquanto seres ávidos pelo consumo estamos aqui pra que, além de cobaias dos lucros alheios, não é mesmo?
E o PET, quem diria? Diminuiu o preço dos refrigerantes mas reduziu sua durabilidade, pois se não tomarmos tudo logo, ele se perde rapidamente. Com isso, passamos a tomar muito mais, ficando mais gordos e diabéticos, inclusive as crianças, tão sedentárias atualmente.
Assoreador de rios, lagos e mares, entupidor de esgotos, causador de enchentes, de vilão da ecologia agora virou matéria prima de quase tudo. Faz-se casa de pet, argamassa de pet, chinelo, calça, telha, sofá, embarcação, artesanato, brinquedos... Pelo menos isso!