O que eu escrevi mesmo?
No último texto que publiquei aqui no Recanto das Letras eu disse que iria treinar mais a caligrafia. Para isso, decidi escrever primeiro no caderno para depois passar para o computador. Como você deve ter percebido, demorei em voltar a escrever neste espaço por uma razão simples: não entendia nada do que escrevera.
Aliado ao meu desentrosamento com a caneta e o papel, minha memória está igual à promessa de político após eleito. Até consigo lembrar o tema ou a história que tinha transformado em manuscrito, mas algumas palavras não se desenhavam para mim.
Após escrever sempre vem aquela alegria por mais uma obra concluída. Nesta fase, sempre fui orientado a fechar o caderno ou o computador e só revisar mais tarde. Nos últimos dias, não sabia se tinha escrito caneta, veneta ou palheta. Para complicar, as ditas palavras faziam parte do contexto. Com esse pequeno problema sem resolver sempre me vem uma palavra que pernambucano gosta de dizer quando estão aperreados: “lasquei-me”.
Daí você pode achar que este texto é comemorativo, pois, afinal, teria conseguido entender meus atos com a caneta. Não, não, não! Estou com ele na minha frente agora e só não digo que foi uma criança que escreveu, porque eu sei que fui eu. Provavelmente o que está aqui não é metade do que está no papel.