NÃO ESTAVA

Esta não é uma crônica. Quando eu digo que 'não é uma crônica' não estou querendo com isso, usar alguma figura de linguagem, metáfora ou ilustração. É a pura verdade, pois esta não é uma estória, e sim uma história. Sem ponto de vista, sem opiniões irreverentes como é meu costume ou sarcasmos. Este texto é sobre mim mesmo.

É sobre a que ponto eu cheguei: no pior dia da minha vida, cá estou eu, sem amigos em que confie para poder desabafar. Por isso, estou usando este teclado, este monitor e esta 'escrivanhinha' que o site me cedeu.

Nem sei porque estou aqui e nem quero falar ou escrever nada: é apenas para não me sentir tão abandonado.

Meu coração é tão pequeno.

Fui procurar nas minhas lembranças, o último dia que pude rir de verdade. Não estava lá.

Fui procurar nos meus emails, algum email carinhoso de quem eu tanto amei (ou amo). Não estava lá.

Fui procurar no meu album de fotos um motivo pra desconsiderar todos os erros de que sou vitima. O motivo não estava lá.

Fui buscar na Biblia um consolo. Não estava.

Fui buscar na minha agenda uma pessoa amiga, alguém que pudesse ouvir... não estava.

Fui buscar amor... não estava, não estava, não estava, não estava e não estava...

Meu coração está apertado. Não sei qual das dores é a maior: não ter com quem me apoiar, ou ter que pedir apoio por tudo que está acontecendo.

Hoje, vi uma foto demim mesmo quando eu tinha 6 anos. Estou ao lado de um triciculo que meu pai havia me dado. Eu estava tão feliz e inocente.

A inocência continua a mesma, é uma pena.

A poucos minutos, quando olhei a foto, com meu olhar meio úmido, a felicidade já não estava.

Esta, de forma nenhuma é uma crônica. É como eu estou a um momento atrás.

Martins Filho
Enviado por Martins Filho em 20/06/2005
Reeditado em 20/06/2005
Código do texto: T26255