DEZ ANOS DE MAÇONARIA: UMA CONSTATAÇÃO

DEZ ANOS DE MAÇONARIA, UMA CONSTATAÇÃO

Somos donos do nosso destino? Podemos mudá-lo ou existe, ao nascermos, uma pré-determinação? Existe uma força invisível a nos arrastar para o bem ou para o mal? Bem, são perguntas de difícil resposta. O constante evoluir da ciência não ensejou, ainda, resposta plausível. Em mim, desde cedo, aquela ideologia de um mundo igualitário, onde todos fossem, realmente, iguais perante a lei como prescreve a nossa constituição.

Infelizmente, a realidade; o mundo e os seus contrastes, suas nuances lamentáveis: há aqueles que tudo possuem; há o restante ao qual tudo lhe é negado, desde a moradia simples, a educação, a saúde, o mínimo, pois, para a sobrevivência de um ser humano. A leitura de jornais, de livros, as novelas, os filmes, a nos mostrar guerras, preconceito racial, preconceito social, justiça injusta, impunidade e o pior: a quase prevalência do bem sobre o mal... (sic)

Apesar desses fatos procurei nortear a minha vida de forma incisiva, pelo respeito a mim próprio e ao próximo; o cuidado em freqüentar lugares que reforçassem o meu cabedal moral. Por isso a feliz coincidência: recebi e aceitei convite para ingressar na maçonaria, embora não conhecesse os meandros desta ordem; de antemão, sabia, apenas, que aqui se praticava o bem, indo, portanto ao encontro do meu sobredito ideário.

Assim, como informei em trabalho passado, aqui cheguei no dia 05 de julho de 1997 trazido pelos irmãos Wladimir Calado e Marcos Pedrosa, a este último agradeço as inúmeras caronas rumo às reuniões desta loja; hoje, como num passar vertiginoso, são decorridos dez anos de minha entrada nesta loja 12 de março de 1537.

Aproveito a efeméride, e, a exemplo de Proust, vou em busca do tempo perdido. Tempo perdido... Não... Prefiro lembrar Pablo Neruda e o seu livro “CONFESSO QUE VIVI” pois nos dez anos aqui vivido enriqueci, e muito, a experiência que todos necessitam; tive bons momentos e o mais importante: melhorei a minha empedernida timidez, responsável, creio, por alguns percalços na vida profana.

Sendo composta por homens livres e de bons costumes, aqui e ali, houve dissensões, aconteceram deslizes advindos do exercício da idiossincrasia humana, difíceis de serem detectadas a priori sem o efetivo compartilhar e o observar diário do comportamento de cada irmão.

Há pouco tempo, inclusive, vivenciei e foram superadas turbulências, inerente a todo agrupamento humano. Mas. com a assunção da diretoria atual, vislumbro momentos de aparente tranqüilidade com objetivos traçados, todos voltados para novas promoções a exercitar e a manter em alta o espírito maçônico de altruísmo e solidariedade.

Nesta oportunidade, agradeço aos atuais integrantes desta loja e até mesmo àqueles que dela se afastaram; do tempo da minha iniciação, aqui estão: Geraldo Guimarães, Osias Tavares (comigo iniciou), Francisco Bento e Wladimir Calado, este para aqui me indicou e me transmitiu as primeiras aulas de direção, dadas de forma prática, didática e temerária em plena BR-232...

Sou grato, portanto, á loja 12 de março por ter me proporcionado a convivência com irmãos que enriqueceram minha experiência e deles absorvi valores consideráveis. Ao encerrar, conclamo a todos: continuem a praticar a verdadeira maçonaria, a manter a fidelidade aos autênticos princípios maçônicos.

Lutem para a trilogia, igualdade, a liberdade e a fraternidade deixar de ser verborragia fria de uma retórica anacrônica e passe a ser metáfora da tradição de lutas daqueles que a fizeram instituição compromissada e em consonância com os anseios da sociedade atual. Olinda, 23 de agosto de 2007.

ANTONIO LUIZ DE FRANÇA FILHO antoniofranca12@yahoo.com.br

CIM Nº 191699

LOJA 12 DE MARÇO DE 1537

ANTONIO FRANÇA
Enviado por ANTONIO FRANÇA em 19/11/2010
Reeditado em 19/11/2015
Código do texto: T2624757
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