Fim da reeleição um trunfo na mão de Alckmin 

     Hoje quero escrever mais uma vez sobre um assunto que precisa entrar no debate político, por ser entre outros acontecimentos do governo anterior FHC motivo de grande indignação na sociedade como um todo, e que Lula em 2002 soube explorar muito bem;  a reeleição. 

     A reeleição foi um golpe dado na sociedade por um grupo de políticos que pretendia permanecer no poder, e que para isto acontecer houve toda uma sujeira nos bastidores. 

     Se por um lado, a reeleição é o desejo de todo aquele que se elege pela primeira vez tendo a possibilidade de ficar 8 anos no poder, segundo meu pensamento, ela também não passa de mera ilusão, porque elimina futuras pretensões. É mais fácil um candidato retornar ao poder pelo seu sucesso numa administração anterior, que fazer seu sucessor ou mesmo retornar ao poder depois de oito anos. A história está cheio de exemplos de políticos que governaram seus estados, municípios por vários mandatos, com a alternância do poder. 

     Oito anos no poder de certa forma elimina a possibilidade de um retorno, pois, devido a vários fatores como a idade, o desgaste emocional da sociedade por um só grupo torna-se inviável a pessoa voltar novamente a ocupar tal cargo. 

     A reeleição também acaba acirrando a rivalidade no próprio partido, pois, o sonho de todo político é a presidência da republica e a reeleição em muitos casos bloqueia esta oportunidade para candidatos quando estão no seu ápice de popularidade, devido a reeleição não podem participar desta disputa. 

     Não podemos deixar de refletir que foi o instituto da reeleição entre outros fatores que proporcionou a grande parte da corrupção no Brasil, foi este instituto que contribuiu para o loteamento publico do estado. No êxito de conseguir popularidade os governantes no primeiro mandado abrem as torneiras, fazem políticas irresponsáveis para agradar a sociedade. Se por um lado, a situação age irresponsavelmente para ajudar seu candidato direto a sucessão, por outro lado, age ainda mais irresponsável para se garantir no poder mais quatro anos. 

     Lula não tem autoridade para falar em acabar com o instituto da reeleição, pois, foi um daqueles que viveu defendendo o fim dela nos palanques eleitorais em 2002 e quando assumiu enganou ou traiu mais uma vez o seu eleitorado. Embora, agora ele não tenha mais oportunidade de se reeleger, mesmo assim, sua voz não encontra eco e nem resposta na sociedade para discutir este tema, porem, Geraldo Alckmin sim. 

     Não tenho duvida que se este tema “fim da reeleição” for colocado em destaque com ênfase para sociedade renderão muitos votos, pois, hoje uma das coisas que a sociedade mais repudia é o instituto da reeleição. Como tudo que é teoria deve ser avaliado e aceito ou rejeitado na pratica, a reeleição foi rejeitado pela sociedade brasileira. 

     Há conversas de bastidores que uma das dificuldades encontradas por Alckmin em ter a adesão plena dos seus colegas de partido como Serra e Aécio, e que Lula – que de bobo não tem nada – procurou seduzi-los oferecendo apoio para 2010 rachando o PSDB. Certamente, se não houver o fim da reeleição haverá um racha neste partido, independente a vitória de Lula ou Alckmin. 

     Alckmin prestará um grande serviço à sociedade e ao seu partido, rendendo muitos votos se abordar este tema com ênfase. Procurando levar a sociedade entender que um dos fatores que tem produzido esta corrupção estrondosa é a reeleição. Conseguir transmitir também que Lula mais uma vez iludiu e mentiu para a sociedade quando pregava isto em suas campanhas. Nem acabou com a reeleição, pelo contrário, promoveu esta enorme corrupção para permanecer no poder.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 12/10/2006
Reeditado em 12/10/2006
Código do texto: T262464