Vou escrevendo
Eu escrevo pra ninguém, às vezes para alguém, tem horas que eu
não sei o que fazer, daí escrevo, quem sabe escrevendo acabe saben-
do o que fazer de mim.
Escrevo para nada, pra ninguém ler, também escrevo como se eu
fosse salvar alguém, onde quem leia sinta-se melhor ou até eu mesma.
Escrevendo, vem palavra por palavra, depois vou formando frases e
mais frases, desabafando, falando com o papel e a caneta, conversan-
do com as letras, discutindo com as palavras, lembrando de alguma
música, de algum fato, de algo que alguém falou, na maioria das ve -
zes, escrevo o que estou pensando.
Geralmente ninguém lê o que eu escrevo, hoje em dia as pessoas
estão preocupadas em falar, falar, falar e não calar, muito menos es -
cutar. Quando eu escrevo e alguém se interessa em ler, me sinto tão
feliz, gratificada, como se na hora que lerem, estariam me entenden-
do,compreendendo, porque falar é tão difícil, tão mais fácil escrever.
Escrevendo a gente pensa, repensa e quase nunca magoamos alguém, enquanto palavras ditas,muitas vezes não são pensadas e
são largadas ao vento. Tem pessoas que não juntam as palavras ,
não conseguem elaborar frases, difícil de entendê-las.
Por isso eu escrevo, é tão mais fácil, mais inteligente, sábio ,
mais consistente, porque o que eu escrevo fica ali escrito e o que
eu falo,muitas vezes some no ar. Eu escrevo com amor, amizade,
também com rancor, angústia,, serenidade, humildade, carinho, com
justiça, rebeldia, saudade, coragem, escrevo sempre com meus sen-
timentos, que saem dos meus olhos e dos meus pensamentos.