Herança Preciosa
Qual é a herança mais preciosa que os pais devem transmitir aos filhos? Sem dúvida alguma, a boa educação. E o que é a boa educação. A boa educação é a mente e o corpo sadios. E o que é mente sadia e corpo sadio?
Corpo sadio é aquele que apresenta, em condições higiênicas básicas, cabeça, tórax, abdome, membros e órgãos internos e externos funcionando dentro dos padrões considerados normais pela medicina, em sintonia com a mente sadia.
Mente sadia é aquela que trabalha ou descansa em sintonia com o corpo sadio, ambos interagindo harmonicamente, quando a mente determina e o corpo obedece em ação ou repouso.
Essa é a minha opinião de leigo, a respeito do famoso ditado latino “Mens sana in corpore sano”, derivado da Sátira X do poeta romano Juvenal. Desde criança ouço a citação desse ditado, mas considero complexa a sua interpretação.
Onde ficam os estados da alma e as virtudes nessa estória, tais como alegria, tristeza, felicidade, insatisfação, frustração, ambição, maldade, bondade, ignorância, conhecimento, sabedoria, estupidez, etc.?
Os animais ditos “irracionais” também estão sujeitos a essa recomendação do poeta? Parece que sim, tamanha é a obsessão dos criadores em apurar plantéis e rebanhos com registro genealógico – os pedigrees e P.O.s –, com o esmero dos eugenistas empenhados na elaboração de árvores genealógicas ilustradas pela heráldica.
Em Salt Lake City, capital do estado de Utah, nos Estados Unidos, os mórmons construíram centro de pesquisas sobre árvores genealógicas do mundo inteiro, tentando mapear toda a peregrinação do homem sobre a Terra e a formação das raças e etnias.
Será mesmo possível que um pescador nascido nos confins da floresta amazônica poderia realizar uma pesquisa sobre seus ancestrais familiares em Salt Lake City?
Mas, voltando ao ditado “mens sana in corpore sano”, um amigo, que nadava numa piscina, disse que aquele seu ato correspondia a uma regressão ao útero materno, onde o ser humano vive sua fase de peixe. “E acrescentou:” Depois que nasce, ou em sua fase terrestre, o ser humano rasteja como réptil, engatinha como quadrúpede e caminha como um bípede (daí a expressão “um bípede implume”, “um bípede sem penas”, dos filósofos gregos comparando o homem à ave).
Traduzindo: Somos peixes, répteis, quadrúpedes e aves, e um dia ainda vamos sair voando, como ocorreu com os extintos dinossauros, que, supostamente, têm hoje como seus descendentes as aves.
É um darwinismo às avessas, imaginar que o “homo sapiens”, como bípede, pode menos do que as aves, sejam estas galináceas ou passarinhos. E o que dizer das idéias de Platão, que considera a androginia o princípio da forma humana, que foi evoluindo até a forma atual, de homem e mulher, que um dia também se dividirão em dois, passando a ter apenas meio rosto, um braço e uma perna?...