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                                   Espantosa Felicidade 
                                                       Para Lady Laura Noturna. 
                                                        ( Oo NOTURNA oO )

          Às vezes um poema se apresenta como uma jóia diminuta: sintético, penitencial, filosófico, inventivo, leve.  Se despojado, cândido, afortunado, reconfortante é ele: evocação pura... 
          Elevadíssimos, coesos, emocionantes, incomparáveis, patéticos precisam ser os versos de quem pretende o nosso renascimento.  Versos que nos resumam, deflaguem a nossa condição humana; se este poema parece-nos de fato enfadonho, pesado, sem brilho, definitivamente apagado no céu cintilante, deletemo-lo.  Se já naquele, todavia, o questionamento do Mundo se faz em três, quatro linhas que tremem, totais, messiânicas, separemo-lo exclusivamente, em segredo... 
          Ora, por que algumas produções líricas nos passam o clima da primavera, numa simplicidade promissora?  Por que, com o tempo, fica primaveril o poema que de início rejeitamos ou minimizamos?  
          Resposta: Pelos versos verídicos, sublimes, sábios, encantadores, que contenham uma antítese profunda, uma contradição lógica que nos enriqueça, uma angústia tal que nos eleve a homens. 

                                                       *** 
          O conjunto de metáforas e belas imagens me iluminou tanto que perdi a noção da noite infindável que circunda, envolve seus poemas.  Que asas são estas?  Que emoção, que descoberta, que participação inesperada e imanente?  Que sortilégio, que ira, que anseio, que espanto feliz me atingiu?
Jô do Recanto das Letras
Enviado por Jô do Recanto das Letras em 17/11/2010
Reeditado em 19/11/2010
Código do texto: T2621739
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