O DIA DAS MÃES NA ESCOLA (Educação vem de berço)
domingo, 17 de maio de 2009
Claudeci Ferreira de Andrade
Fazer as atas das reuniões de pais na escola, propocionou-me um cotidiano diferente da sala de aula, e a oportunidade de observar o comportamento desse seguimento no espaço escolar que é mais gratificante ainda.
O corpo docente sempre reclama que as mães ou responsáveis não veem perguntar sobre seus malcriados filhos/alunos. Marca reunião, testando todos os horários, mas a frequência é muito baixa. É diferente nos dias festivos, qualquer horário dar certo. Na terceira sexta-feira do mês de maio de 2009, foi comemoração ao dia das mães no turno matutino, o ambiente escolar ficou lotado. O irônico da situação é que sempre vem a família toda, porém para entrega de boletim ninguém tem tempo, mas desta vez, a mesa de frutas não deu para todos comerem um pouco da variedade que tinha ali, alguns avançaram com suas sacolinhas para tirar maior proveito possível, e outros mal provaram algumas bananas amassadas do final de festa. Foi tudo muito rápido, menos de cinco minutos já não se achava mais nada nem para olhar, imagine para comer!
Agora penso que entendo por que alguns alunos veem à escola só para lanchar e, no mais, perturbar a paz de todo mundo.
Superficialmente, parece que a relação família/escola é tranquila, doméstica. Contudo, há uma ansiedade pobremente escondida, crepitando pelas entranhas. Foram os alunos que trouxeram as frutas, subornados por pontos (nota)! Nisso existe um ar de desforra de ambas as partes que impede de os pais/responsáveis levarem mais a sério a escola, ficando ela no papel de marido desempregado, sustentada e sacoleada pela comunidade.
Eu vejo nessa relação muito mais do que uma alteração, ou melhor, é uma corrosão da parceria comunidade/escola, é uma rivalidade que se estende até as salas de aula. A partir daí se torna frequente o que aconteceu na Escola Estadual Guimarães Júnio, no centro de Ribeirão Preto, SP; um professor de Geografia, de 31 anos, foi agredido a tapas por uma mãe de aluna na porta da sala de aula. (HTTP://www.jornalacidade.com.br/noticias/80644/mae-de-aluna-agride-professor.html).
Eu não sei em quem o professor vai bater nessa "briga", se apanha da mãe de aluno, apanha do aluno, apanha da coordenadora, apanha do colega, apanha do governo e, mais metaforicamente, apanha de seu estado de não reciclado e, com base nisto, muitos apanham até dos livros!