VENDE-SE A MORTE
Ele é relativamente jovem, 44 anos; russo de nascimento; rico, famoso em todo o mundo e agora está preso; o nome dele é Viktor Bout Anatolyevich! Mas então, por que será que a maioria de nós sequer o conhece? É simples! Viktor Bout é famoso, apenas entre pessoas sanguinárias, assassinas, genocidas, ditadores e falsos líderes mundiais, como Mahmoud Ahmadinejad e muitos de seus amigos espalhados pelo mundo. Viktor é muito conhecido no mundo do crime internacional como o “Mercador da Morte” e até inspirou o filme “O Senhor das Armas” estrelado por Nicolas Cage.
Quando Bout nasceu a Rússia ainda atendia pelo nome de União Soviética. Quem nasceu na década de 70 ainda lembrará aquele conglomerado de nações que estiveram unidas em torno de duas ideologias: a miséria da maioria e a corrupção dos poderes. Aproveitando de alguns bons contatos que a família sempre teve perante o Kremlin, Viktor Bout instituiu uma série de empresas de cargas, cujo objetivo final sempre foi traficar armas que fortaleceram déspotas espalhados pelo planeta.
O Mercador da Morte sempre afirmou que serviu de logística na finalidade em que sempre foi acusado, mas investigações minuciosas de vários países apontarem o russo como sendo o verdadeiro shopping center de armas de grande, médio e pequeno porte. A maior parte destas armas saiu da própria União Soviética que sempre esteve falida e vende tudo que pode (às vezes o que não pode); outros mercados que abasteceram o mundo de armas através de Viktor foram à Bulgária, Moldávia e Ucrânia; o destino mais comum destes artefatos do horror foi Angola e Libéria, mas a Líbia, países do Leste Europeu e muitos da África também se beneficiaram dos “brinquedos” de Bout. Fala-se até na Venezuela de Chávez e Colômbia das Farc!
Fala-se em milhões de civis e militares que morreram e outros milhões ficaram mutilados depois que Viktor Bout passou a fornecer mísseis, granadas, fuzis, lança foguetes, tanques, pistolas, minas terrestres, dentre outras artilharias. Uma cooperação internacional entre os Estados Unidos, Inglaterra e Tailândia prenderam o mercador em 2008 em Bangkok, e desde então uma batalha judicial internacional tentava levá-lo aos EUA para ser julgado. Muitos dizem que Viktor jamais cometeu qualquer crime nos EUA e por isso não poderia ser julgado lá, mas outros tantos também acreditam que se ele retornar a Rússia, além de não ficar preso, jamais seria julgado por crime algum; cabe então a apelação a Corte Internacional Criminal em Haia na Holanda, mas isso é outra história!
Pouco se sabe de concreto deste senhor com menos de 50 anos que foi tão procurado quanto Osama Bin Laden; o que nos revela as investigações da CIA é que ele foi tenente do exército soviético, que estudou numa escola militar de línguas estrangeiras. Alguns russos afirmam que Viktor chegou ao posto de Tenente Coronel e que trabalhou por vários anos da temida KGB e que foi responsável por organizar um grupo seleto de agentes de espionagem que aterrorizaram países do ocidente.
Para falar a verdade, tudo que se sabe sobre Viktor Bout são mitos que ele próprio ajudou a organizar, para que o mundo somente o conhecesse através da ótica do temor e do medo, porque concretamente, somente ele próprio sabe de fato quem é, como viveu e o que fez durante sua vida na URSS e fora dela.
Em 1987 quando Angola fervia entre mortes e mutilados a URSS foi chamada para organizar uma força de paz; na comitiva oficial dos militares soviéticos estava Viktor que conheceu todo tipo de gente, inclusive os que queriam mais armas para “promoverem a paz angolana” (UNITA). Registros internacionais demonstram que o russo mercador da morte permaneceu em território angolano por algumas semanas e que teria retornado apenas para entregar algumas encomendas. Destas encomendas angolanas, cerca de 5 milhões de minas terrestres estavam num pacote bélico que matam pessoas até hoje. A conexão para Angola partia da Bulgária
A trajetória de vida do russo Viktor foi bem eclética; ele viveu em países exóticos como Líbano, Bélgica, Ruanda, Emirados Árabes Unidos, África do Sul e Síria. Entre suas inúmeras conexões como mercador de armas ele também esteve no Congo e no Afeganistão. Pelo que também consta nos relatórios da ONU, Viktor tem entre seus assíduos clientes a organização Al-Qaeda e o grupo Talibã.
Mas o currículo do moço russo não é só os espinhos; seus aviões serviram de transporte para a França, Estados Unidos e para a própria ONU. Também consta em relatórios que ele transportou frangos, flores, capacetes azuis e até chefes de Estado africanos, portanto, Viktor Bout é não só um mercador da morte, mas também um influente empreendedor a serviço das Nações Unidas.
Antes de ser preso na Tailândia, Bout teve inúmeros processos criminais em várias partes do planeta; destes processos que foram desde a acusação de lavagem de dinheiro, passando por tráfico de drogas, facilitação de importação de armas, adulteração de documentos de aeronaves a até a importação de armas exclusivas de exércitos, ele esteve livremente passando de país em país até o cárcere em 2008. Todos os outros processos foram prescritos ou foram retirados contra o russo e sua prisão somente foi possível na Tailândia após um alerta vermelho emitido pela Interpol dias antes de sua captura. O alerta vermelho só foi dado depois que a Interpol afirmou que Bout estava negociando armas para as FARC da Colômbia, mas na verdade, os traficantes eram policiais americanos disfarçados.
Hoje Viktor Bout já está nos EUA para ser julgado; a Rússia protestou imediatamente e segundo declarações do Chanceler russo Sergei Lavrov, Bout é inocente. Segundo o site pessoal de Bout, Viktor Bout é um empresário russo que se tornou um dos mais famoso do mundo com base em contos e histórias fictícias que foram gerados a partir de uma fonte - um corrupto empreiteiro Nações Unidas, que foi generosamente pago para os contratos da ONU arranjou com a ajuda de outros para companhias de Victor, e depois tornou-se louco para se vingar quando Victor se recusou a continuar pagando. Tudo o que você sabe sobre Viktor Bout é detectável por Johan Peleman em seu livro; um documento que foi escrito como um romance e que fez Peleman um perito em mentiras, um herói inútil, e muito homem rico.
Ainda segundo a página de Viktor, ele é um homem dinâmico, carismático, espontâneo, bem-vestido bem-falante, e altamente enérgico; que podem facilmente comunicar em várias línguas, incluindo russo, português, inglês, francês, árabe, entre vários outros. Ele é um vencedor que nasceu com amor eterno para a aviação e predestinação para vencer na vida através do trabalho honesto de suas empresas.
A história postada através do próprio Viktor, ou por alguém a mando dele, diz que nada que foi atribuído ao russo no mundo do crime é verdadeiro e que ninguém tem nenhuma prova contra ele; no próprio site há uma frase interessante que finaliza a apresentação do mercador internacional: “Bem vindo à era da Internet, e ao tempo que qualquer história pode se tornar uma realidade sem evidências ou provas, desde que a história possa circular por muito tempo, com a ajuda daqueles que se beneficiam com isso.”
Autoridades internacionais afirmam que Viktor Bout possui um patrimônio de mais de 6 Bilhões de dólares, entre dinheiro, pedras preciosas, ouro, aeronaves e armas; na verdade, prova mesmo ninguém até agora apresentou nenhuma.
Dizem que o russo sabe muito sobre as operações da URSS e da atual Rússia, da mesma forma que sabe muito de muitos governos que ainda estão na ativa; dizem também que ele sabe demais sobre as armações de pessoas que estão na ONU e que se apresentam ao mundo como imaculadas; se é verdade ou mais um mito, o que sabemos mesmo é que todos o querem pertinho para que fique de bico calado, porque se correr o bicho pega e se ficar o bicho come.
Viktor Bout foi (ou é) amigo de muita gente importante; se vendeu ou não armas para eles, somente eles sabem e com este tipo de gente, amigo bom é amigo morto! Se cuida Viktor! Porque a casa caiu e jacaré que vacila vira bolsa de madame e em rio que tem piranha, jacaré nada de costas! Vivo, ele é um arquivo muito caro; morto ele será mais um que supostamente serviu aos propósitos dos tiranos, mas que será em breve uma página virada carimbada pela impunidade! Se ficar provado à condição de venda de armas como se atribui a Viktor, com certeza seu julgamento não será nos Estados Unidos da América, afinal de contas, pelo que se sabe, ele jamais comprou armas lá, jamais vendeu por lá e jamais carregou armas daquele país. Se Bout tiver que ser julgado por tráfico internacional de armas, primeiro a acusação deve ser feita em Haia e em caso de aceitá-la, com base nos fundamentos legais internacionais, o julgará onde se espera total isenção!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
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