DEUS, ONDE ESTÁ? NAS DÚVIDAS...

Aos amigos incentivadores das ricas e fundamentais trocas de opinião, Aureo Marins e Heitor Herculano, sem que nada de opinioso se manifeste em nós, como proficiente, escorados na ausência de pretensão, somente visando a exegese mais pura em prol da “busca”, honrados ficamos em desfrutar desse convívio.

Todos somos “buscadores” como dizem os hinduístas e budistas, querendo ou não alvejamos na “busca” o “dharma”, como o cristão busca o eterno cristianizado, o judeu o seu Messias, o ateu sua paz interior, pacificadora ou não.

Caro Heitor, acho que há sempre luz onde nenhuma trave resistente se opõe ao bem no nosso maior tribunal, a consciência. É tribunal inescapável, diverso dos tribunais exteriores dos quais podemos escapar por não estarem em nosso interior. Da consciência não há escape. Nenhuma crença e mesmo descrença pode se apartar da Lei Moral.

Distanciado da Lei Moral, o homem, seja qual for seu caminho religioso ou não, fugirá dos domínios que presidem o tempo da humanidade desde que o ser humano perdeu a inocência e entrou em convívio, o que trouxe a grande discórdia projetada no antepositivo “con”.

O Con- vívio, trouxe o Con-flito. Somente para exemplificar esse vasto universo; conjugal, condominial, etc, e semanticamente listaríamos plurais desfechos. Entendo profundamente seus propósitos e de nada discordo de quem quer que seja, “busco” perfilar somando, se possível.

Essa bifurcação que tem sua nobre visão, em “Y”, que “busca” o bem, pode se bifurcar infinitamente, desde que suas setas, sejam quais forem, mirem alvejar a bondade. E por quê? Por existir uma só origem, Deus, a primordial energia de causa eficiente, a Primeira Motorização que por seu Fiho, ensinou o que Dele, sempre se esperou, o bem.

É essa a unicidade do “Y” invertido, primaz e Única; exclusiva raiz. E a bondade, por opção e escolha, pode pertencer a todos. Sua sagacidade irá inferir que não há conforto espiritual se desbordamos dessa Lei Moral que a tudo e todos rege, óbvio, falo dos que têm consciência dirigida hígida.

O budismo que você sinaliza, sendo Buda um dos padrinhos espirituais do Cristo, vivendo quinhentos anos antes de Jesus, faz seu seguidor mergulhar em seu interior na “busca” do espaço onde não mais há sofrimento, doença e morte, enfim, exclusivamente luz. Na iluminação perseguida, para pouquíssimos atingirem renunciando ao apego do mundo comum, não existem, por claro, trevas, mas calma espiritual, fazendo rebrilhar o espírito alimentado pela compreensão forrada de paz.

Ao Aureo respondo com a dramaturgia de Shakespeare, “não ouso crer nem descrer de nada”, alinhando que temos de visibizar, ao meu credo, o aspecto romanceado dos chamados livros sagrados com destaque para o simbolismo de Adão e Eva, que consubstanciam o bem e o mal, a opção de escolha, a árvore que configura o destino da consciência. Sem ingressarmos no cabalismo, realce-se.

A ciência engatinha no que seja o surgimento da vida, resta frágil quanto à sua iniciação, não passando de conjecturas, dois gametas se encontram e formam a vida, óvulo e espermatozóide. Nada se explica além de corrente elétrica que forma neuronalmente o pensamento; só isso.

Loucamente, na fronteira de França e Bélgica, arriscando alguns que haja até inesperado surgimento do “buraco negro”, engolfando o Planeta Terra, físicos de nomeada procuram com o acelerador de infinita “busca”, a colisão de partículas para chegar ao “bóson de Highs”, a menor párticula, a origem da vida.

E se nela chegarem, como ressai da teoria de Highs, outras menores não surgirão como possibilidade, como acontecido com átomos e subsequentes fracionamentos? Quem somos para questionar ou crer em algo de maneira purista, além das cinco vias de São Tomás de Aquino no conceito intransponível da fenomelogia causal?

A Maria,de aparições materializadas irrecusáveis, autenticadas, mãe de todos nós espiritualmente, Ela sim, o Veículo Maior de seu Filho, o Homem Jesus Cristo, só faço reverenciar e cultuar, nada mais, POIS A ELA DEVO TUDO QUE SOU, TUDO, quando me indicou, MATERIALMENTE, por fatos vivos e decisivos, meus dois maiores caminhos caminhados na vida, MEU CASAMENTO, do qual todo homem foge, me salvando da total desordem em que vivia, E MINHAS ATIVIDADES, o que abriu mais e mais as portas da compreensão do estado do homem na sociedade e suas consequências. Saindo assim meu discernimento da hipótese, que na ciência da lógica é aquilo que não é, que seria se fosse, para a certeza, que comanda o cenáculo da evidência.

Fugir de uma verdade que se apresenta, longe de ser também um privilégio adquirido, seria como a desgraça gigantesca e inigualável que acomete o avarento, que acumula riquezas, mas nada mais faz do que a ela se acorrentar, enterrando-se vivo.

Argumentos nunca provaram verdades, por isso necessitamos somar para melhor, sendo possível, e assim faço profissão de fé. A verdade é preciso ser vivenciada, só assim se fica convencido. É como a raiva e a mágoa, que podem ser conquistadas pela doçura e pelo amor.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/11/2010
Reeditado em 19/11/2010
Código do texto: T2620726
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