Eu só quero apoio........
Ontem, como de costume, fui para o Hospital que presto colaboração voluntária.
Como já tive a oportunidade de escrever, é um hospital, que cuida de crianças e jovens, com câncer.
Na internação, que é minha área de trabalho, visito cada quarto, e ali cada caso, tem sua historia. É comum o paciente, ter a mãe como acompanhante, diria que 98% deles, estão sempre sob a atenção de seus anjos da guarda encarnado.
Assim, que entrei em um dos quartos, avistei um rosto conhecido. Devido ao tratamento de sua filha já ter mais de oito meses, entre idas e vindas de internações, é pessoa que aprendi a conhecer e respeitar por demais.
Essa senhora, luta com força e coragem, contra essa triste doença, que acometeu sua filha, de 18 anos.
O que essa mãe mais precisa é de atenção, desabafar, contar, eu só preciso ouvir, com bondade, nada mais. Nada de discursos, ou colocações espetaculares, somente ouvi-la.
Ela, então começou a contar desde o dia que o tumor surgiu, até conseguir encontrar esse ótimo centro de tratamento gratuito, pois como, todos que ali estão, tem pouco recurso financeiro.
E contou, sobre sua familia, que aqui em São Paulo, tem somente duas irmãs, e o marido, não tem ninguém.
Disse-me ela, que quando ligou para as irmãs, informando da doença da filha, esperava, apoio, aconchego, ajuda.
Mas, que, passaram-se cinco meses, em que ela precisava ligar para elas, para dar noticias de como a filha estava reagindo ao tratamento, pois as irmãs nunca ligaram.
Continuou ela dizendo que, semana passada, uma das irmãs, ligou e disse: no natal estaremos todos aí, para aquele churrasco costumeiro.
E ela, prontamente respondeu: esse ano, não farei nada, só vou continuar cuidando de minha filha, que, ainda está muito doente. E vocês, nunca ligaram para saber, e nem vieram visitar, e desligou o telefone.
Domingo passado, contou-me ela, a mesma irmã, volta a telefonar, e diz: olha, ontem fizemos um bingo em família, e arrecadamos esse valor, para dar à vocês, porque imaginamos, que estejam precisando de dinheiro.
A reação dessa mãe, me impressionou, pela força, e lucidez de raciocíonio, ela disse que respondeu : olhe minha irmã, de vocês, esperei apoio, carinho, colo, atenção, ajuda para ficar ao menos uma noite, desses longos meses, aqui no hospital, para que eu pudesse, ir para casa, ver minhas outras filhas menores. Mas, isso nunca aconteceu, nem sequer um telefonema, vocês deram. Dinheiro, temos pouco, mas não precisamos do de vocês.
Contou-me ela que a irmã, abobalhada, perguntou ainda: mas, o que faço com o que arrecadamos ?
E, ela, respondeu-lhe: de para uma instituição séria, como esse hospital que cuida tão bem de minha filha.
Sai daquele quarto, vendo aquela mãe, que mesmo enquanto falava, falava e falava... não deixava de atender sua menina, que de minuto em minuto precisava de atenção e cuidados, para minorar um quadro de infinito desconforto, a admirar cada dia mais, essas mulheres valorosas, que com tanta generosidade no coração, dedicam-se a ser mães. Claro que há as que não honram o compromisso.
E fiquei a imaginar, o que seria do mundo, se somente por um dia, todas as mães desistissem, de sua missão de cuidar, amar, proteger, amparar, educar, seus rebentos ?
Creio, que isso teria um efeito tão devastador quanto uma bomba atômica, para a humanidade.
Por isso sempre reflito que: Toda boa Mãe, é co-cridadora, com Deus, quando, aceita essa imensa tarefa, de trazer ao mundo um novo ser, educa-lo, e encaminha-lo com responsabilidade para a vida.