Talvez o maior erro de minha vida.


Li textos sobre maternidade essa semana postados por amigas aqui do recanto, e reli textos antigos de outra amiga recantista. Minha amada amiga grande escritora Ana flor do Lácio, Pri ss, Rúbia bourguignon. Mães falando da maternidade. Quem melhor para falar de tema tão sublime que a mulher? É filha e mâe.

Durante meses gerou uma nova vida dentro de sí. Nenhum homem jamais poderá decifrar os sentimentos, os anceios e temôres de uma mulher Grávida. Nem mensurar a ternura o amor e incertezas que a mulher grávida sente em seu coração.

Quando eu era jóvem sonhava acordado com a filha que seria minha um dia. Este era meu sonho: encontrar uma mulher a quem iria amar e ser amado e com ela ter minha filha. Até escolhi o nome que ela teria. Amei 4 mulheres casei com 3. Realizei meu sonho com a terceira esposa, hoje grande amiga. Sempre serei grato a ela por fazer de mim pai. Mas cometi talvez o maior erro de minha vida.

Meu sonho era uma filha, nem mais nem menos. Queria uma menina. Apenas uma menina. Sempre que me perguntavam qual seria o nome do menino eu dizia: "nefásto". Muitas vezes disse isso para minha amada esposa, amadamente grávida. Como eu fui pervérso sem perceber. Tinha tanta certeza de que teria uma filha, que não percebia o que estava fazendo com minha esposa. Só soube anos depois.

Já estávamos lamentavelmente separados quando em uma conversa sobre a infância de nossa amada filha ela lembrou do "nefásto". Disse-me então que viveu momentos de muito medo em dar a luz um menino. Tinha certeza que eu não aceitaria e não amaria a criança. Por conta desse medo ela tinha separado umas roupas suas e colocado em duas málas. Nascendo menino ela iria embora com a criança.

Caramba. Eu só olhava para ela sem saber o que dizer. Nquele momento ao tomar conhecimento das malas e de sua intenção, eu tive a exata noção do mal que causei a ela. Do tamanho da minha maldade. Não tive nem corágem de pedir desculpas.

Há dores que causamos as pessoas que são indesculpáveis. Nada do que dissesse ou venha a dizer um dia, apagariam os dolorósos meses de dúvidas, temores e dores que eu causei a mulher a quem amava, que gerava meu sonho, minha filha.

 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 17/11/2010
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T2619837
Classificação de conteúdo: seguro