Diga-me com quem andas...
Corre à boca-pequena um boato de que, um belo dia, Deus acordou de bom-humor e, sabe se lá por qual motivo, teria simpatizado com Richard Starkey Junior. Não se tem notícia se Richard fez alguma coisa para receber este, digamos, gratuito afeto, ou se simplesmente pediu uma graça num dia de angústia e acabou atendido, ou se foi trato do acaso mesmo. O fato é que Deus simplesmente olhou para ele e disse “Gosto desse cara”.
Contudo, Deus sabia que Richard não era de seus maiores prodígios; portanto, como potencializá-lo? Mas o fato é que, como aquele amigo chato que você não faz a menor idéia do por que gosta, mas gosta, Deus decidiu que ajudaria Richard de alguma forma. Deus pensou, pensou, pensou – e olha que Deus, pelo que dizem, não precisa pensar muito para se decidir –, contudo estava difícil de achar uma forma de ajudar o rapaz. Afinal, Deus não queria ter de sacar de seu arsenal de milagres para atingir seu objetivo, pois milagres são apenas para últimos casos. E não era necessariamente a situação de Richard.
Então, num instante de clarividência (coisa que Deus tem de sobra, segundo relatos históricos), ele achou uma saída eficaz. Apresentaria Richard às pessoas certas. Pronto, era o que bastava. Se Richard encontrasse as pessoas certas, talvez, seu caminho tivesse um empurrãozinho.
Deus foi lá em seus arquivos, que ainda são guardados em grandes armários metálicos (pois Ele é um cara que preza pela preservação ortodoxa em certos pontos) e tentou achar alguns jovens talentos especiais que Ele mesmo tivesse criado (como se houvesse outro capaz de fazê-lo) e que morassem nas redondezas de Richard. Procurou, procurou e encontrou! Claro, eram perfeitos. Aliás, como é que Deus foi esquecê-los lá, escondidinhos, por tanto tempo?! Eram três jovens, entre 15 e 18 anos. Chamavam-se James, George e John (cujo segundo nome era Winston. Será que em homenagem a Sir Winston Churchill, Primeiro Ministro inglês que ajudou a derrotar a Alemanha Nazista na 2ª Grande Guerra? Não sei).
Enfim, Deus, para ajudar Richard Starkey Junior, apenas – “apenas” é ironia, acreditem – apresentou-o a (atualmente) Sir James Paul McCartney, John Winston Lennon e George Harold Harrison. Ou seja, muito, mas muito melhor que ganhar na loteria.
Isso é que é “ir com a cara” de alguém, não é mesmo? Richard Starkey Junior, por sua vez, só precisou tocar bateria na levada daqueles três outros caras geniais. E Deus viu-se satisfeito com o resultado do encontro.
Agora, para não dizer que Deus não fez nenhum milagrezinho, no sentido "mágico" da palavra, creio que foi Ele (só pode ter sido) que conseguiu fazer com que Richard se desse bem mesmo depois do nome artístico que o jovem escolheu: Ringo Starr... Pois, convenhamos, é brega pra burro.
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