MATERNIDADE
Hoje eu estou disposta a escrever alguns de meus sentimentos maternais,o que passa na minha cabeça a respeito de nossos filhos e sua continuação. A verdade é sempre dita de que os nossos filhos não são nossos , ora eu mesmo já falei isto algum dia, mas agora discordo , por causa do grande amor e apreço que me invade a cada dia quando os vejo distantes de mim ,eles cresceram e como o normal se afastaram para irem ao colégio, brincarem com amiguinhos, namorarem , estudarem acompanhados de seus amigos,e aquelas minha conversas tipo, se cuide, cuidado, alguns carinhos e algumas declarações de amor, algumas dependências foram ficando em segundo plano . O pior é quando eles se apaixonaram de verdade, começam a falar menos e a sair mais, e quase não os vemos,ainda a faculdade que toma todo tempo, ai um dia eles noivam e casam e suas companheiras ou companheiros, às vezes mesmo gentis, jamais conseguiram fazer sentir os mesmos sentimentos de proximidade que tínhamos antes. Nossa ! eles estão sempre acompanhados,
Sempre ocupados demais para nos darem atenção, e realmente só fica os dias de aniversário, dia das mães dias dos pais e alguns dias de comemorações e alguns telefonemas , tipo, tá tudo bem ai? Logo vou te visitar, te amo, beijos
Eu sempre soube que ter mais de um filho, ou ter mais filhos, seria muito trabalhoso, mais também seria muito bom, sempre fui muito maternal, e isto me levou a uma dedicação exclusiva e cuidadosa com eles. A recompensa é que sinto que eles realmente me amam muito, mas sei que tenho de deixá-los viverem suas vidas, pois assim eu fiz com os meus pais, sai da casa deles casada e achei a coisa mais normal do mundo ter minha casa com meu marido e filhos. Só hoje posso entender o que talvez se passou pela mente de meus pais, isto que todos consideram normal, para mim foi uma catástrofe, ver um grande casarão depois que eu pude dar pra eles algum bom conforto e tentei atraí-los de todas a s maneira possíveis , aceitando seus namoros , sendo boa sogra para futuras noras e genros, agüentando suas preguiças , algumas pequenas discussões deles , as quais eu sempre estava me metendo, quando chamada ao caso.No entanto nada os impedia de voarem, tomarem seus rumos e assim um a um foi seguindo seus destinos. Ainda posso sentir seus gritos de alegria, suas briguinhas, minhas reclamações, os seus medos, suas historinhas contadas após a aula, de quando algum ficava doente e eu me preocupava demasiado em cuidados.Nossos longos passeios no parque, e o quanto eles dependiam de mim, nossas reuniões em torno da mesa .Fui a grande mestra de suas vidas, desde os primeiros momentos, o amor, o cuidado que ainda me conduz a ser aquela que sempre esta em prece a Deus e participando de suas vitórias e experiências.Aconselhando e discretamente dando minhas opiniões sabiamente. Mas, a saudade é constante, não gosto da solidão de uma casa vazia, minha esperança é que, logo cheguem meus netos para mexerem em tudo, para eu retornar a viver aqueles tempos de felicidade, no meio deles, da bagunça e da alegria de estar com eles no maior amor juntinhos de mim.
Enfim a grande conclusão que tiro desta passagem da vida é que, nada é eterno, tudo passa como estou passando, tudo valeu e ainda vale nesta longa jornada da vida, e, os nossos filhos sempre serão um dos mais importantes fatos de nossas vidas, quero dar um pouco de trabalho a eles,tentarei ser a melhor velhinha, se agüentar chegar lá,não me meterei em questões de meus netos e família ,pois não quero ficar dentro de algum abrigo de velhos esperando na solidão a morte. Serei um velhinha caladinha e risonha sempre,já planejei na mente somente rir e olhar e ficar sozinha num quarto deitada e feliz , só pelo fato de estar com um destes filhos(ironia). Ah! Sim quero sentar sempre na mesa com a família!Mesmo que a comida caia da minha boca , espero que não reclamem.
Já estou preparando o mais dedicado filho para esta tarefa, semeando...
Mas antes disso tento ao máximo passar longo tempo com eles, queria saber rir mais, contar piadas engraçadas , mas sei que dou a eles tudo que posso , ajuda amizade, companheirismo. Mais os deixo a vontade para me procurarem, para sentirem minha falta , porque só assim eles se tornaram mais independentes e donos de suas vidas. O certo é que a saudade é constante em minha vida, carência e as lembranças me acompanham ao ponto de me fazerem chorar , esta tudo bem, mais poderia ser melhor, se eles estivessem mais perto do que estão, mais o que estou querendo? sei então que não seria bom pra eles. A vida tem seus paradoxos, suas leis, seus ideais já formados.
Ai então lembro quando sai de casa , penso nos tempos de outrora e sei que a vida segue seu rumo e suas leis próprias das quais ninguém pode fugir, retorno ao pensamento de que, nossos filhos são sim nossos, embora eles sigam para rumos diferentes haverá e há sempre em nosso coração nosso grande amor, nosso amparo e um quarto preparado para qualquer eventualidade, qualquer retorno e na nossa casa, haverá sempre abrigo para suas vidas em qualquer tempo em que nossos filhos resolverem retornar, isto mesmo que seja um sonho, é com que nos demonstramos a eles o nosso eterno amor e desprendimento.venham sim , passar férias conosco, vamos rir juntos comemorar juntos e conversar sobre tudo, estar perto deles é o mais importante, sentir suas presenças é um bálsamo.
Gostamos de ver nosso filho de bem com a vida, casados, felizes com um bom trabalho e emprego, vivendo suas vidas, sabemos que o tempo passa e no futuro eles seguiram assim como nós seus destinos, nós certamente iremos e eles ficaram em nosso lugar sentiram por certo nossos sentimentos, e provaram as nossa dores,nossa saudade, esta é a lei da existência.Para mim agora só amor, virei uma cadeia de sentimentos de carinho, emoções e tento curtir o máximo que posso suas presenças até que um dia,
Sem malas, eu viajarei sem eles e sem nada nas mãos de Deus para o sono eterno, quem sabe possamos nos reencontrar novamente, espero.
Sei que uma crônica é algum texto fundamentado,escrito para um jornal ou revista, mas escrevi especialmente para o recanto das letras e meus leitores, algo do que eu estive a pensar estes dias a repeito da maternidade.