Como Melhorar a Educação Brasileira




Fiquei alegremente surpreso diante da lucidez exposta por Gustavo Ioschpe, em seu artigo ¨Como Melhorar a Educação Brasileira – Parte 1¨ (Veja 2190, 10/11/10), pela lucidez com que descreveu o que falta em essência para que a Educação Brasileira dê um verdadeiro salto de qualidade.

Como povo ufanista, acostumado a se ver no topo da cadeia alimentar em diversos quesitos, desde os esportes à economia, precisamos avançar, e muito, no que tange aos préstimos de uma boa educação, em especial a básica – que suporta todas as outras.

Esperava que o colunista criticasse a falta de verbas, de material didático, de recursos tecnológicos. Fiquei deslumbrado quando vi que o que nos falta, principalmente, é quadro negro, giz, carteiras escolares, salas de aula com mínimas condições e professores qualificados. Claro que tudo isso depende de verbas, mas é muito menos do que imaginei ser necessário. E não é por aparentar ser pouco que a tarefa se torna fácil.

A vontade política para transformar nossas escolas em padrões de excelência é o que me preocupa. Novamente, na última campanha, vimos dezenas de candidatos prometerem mais escolas ao invés de melhores escolas. Prometeram também mais verbas, ao invés de procurar aplicá-las de modo sábio, atingindo o ponto nevrálgico que nos falta desenvolver: a qualidade do ensino.

No artigo em questão é abordado principalmente o tema Práticas de Sala de Aula, que pertence a um tripé juntamente com Formação dos Professores e Administração Escolar que serão abordados nas próximas edições. Baseado em estudos sérios, Ioschpe resume dezenas deles em uma regra de ouro: ¨o tempo de contato entre o aluno e o professor é muito valioso e escasso, e deve ser usado apenas para atividades educacionais. Tudo aquilo que pode ser feito fora da sala de aula deve ser feito fora da sala de aula.¨
 


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O que indica que o tempo em sala deve ser utilizado da forma mais eficiente possível, sendo uma prática que pode ser iniciada quase que imediatamente. Recomenda que práticas como chamadas, avisos e advertências, sejam abolidas e que a cópia de textos e a resolução de exercícios seja feita em casa. O tempo de aula seria exclusivo para que alunos e professores conversassem sobre os textos lidos ou copiados e exercícios feitos em casa. Um estudo feito em Minas Gerais mostrou que alunos de professores que prescrevem e corrigem o dever de casa aprendem mais do que aqueles cujos professores simplesmente os prescrevem. E alunos de professores que, ao corrigir o dever, comentam e explicam os erros e acertos aprendem mais do que aqueles cujos professores apenas marcam o ¨certo¨ ou o ¨errado¨.

Seguindo a mesma lógica, alunos que fazem provas com mais frequência têm que estudar mais e assim mais aprendem. A pesquisa também destaca a validade de um bom material didático que organiza e estrutura a prática na sala de aula. Outro quesito fundamental é a formação universitária dos professores de ensino básico, em especial na área em que se vai atuar. Um professor formado em Matemática dará uma aula dessa disciplina melhor que um formado em pedagogia ou história, por exemplo.

A quantidade de alunos por sala é um mito que é desmascarado pela pesquisa. Um professor ótimo dando aula para 35 alunos se sairá melhor que dois medianos dando aula para 18 alunos. Do mesmo modo, a presença de computadores não é fundamental. O que faz diferença é que se tenha a infra-estrutura básica, incluindo os seculares, e por enquanto insubstituíveis quadro-negro e giz.

O artigo encerra-se com um convite para que o leitor insufle e divulgue essa prática na comunidade escolar da sua cidade ou do seu bairro. A nossa parte já estamos fazendo. Divulgue, espalhe e acredite: o Brasil somente crescerá sustentavelmente se partimos dos alicerces de uma boa educação. Alcançaremos uma Finlândia ou uma Coreia do Sul? Eu não sei, mas é preciso tentar.


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