Meu Incomparável Amigo

Havia me mudado recentemente para o bairro de Bento Ribeiro,um dos inúmeros bairros da “Cidade Maravilhosa” .

E certa vez,andando solitário pela rua Teresa santos,uma rua deserta,veio em minha direção um homem jovem,de aparência serena,e de certa forma,esbanjava simpatia, e então ele parou frente a mim e me pediu uma informação,que mais me pareceu um “ponta-pé” inicial para puxar uma conversa. Ele perguntou algo sobre uma rua próxima;então me dispus a levá-lo até lá. O leitor deve estar pensando que foi uma atitude muito arriscada e generosa para os dias de hoje,mas meu caro leitor,tente compreender-me,eu estava solitário e com uma doença gravíssima,estava carente de companhia. Então,no caminho fomos conversando sobre o bairro. Ele me contou uma infinidade de coisas,como:a história que deu origem a Estação Prefeito Bento Ribeiro,a linha ferroviária que corta o bairro,sobre a grande extensão do bairro que se forma entre as ruas João Vicente e Carolina Machado,disse-me que aquele era um bairro pacato onde predominavam residencias. Um bairro sem grandes atrativos,mas com uma história fascinante. Ele me pareceu uma pessoa bastante culta. E chegando ao destino,fomos um para cada lado.

E a partir daquele dia nos tornamos grandes amigos. A identificação entre nós foi tamanha,que no dia seguinte,ele me apresentou seu pai -com quem morava- um senhor de aparência amorosa,benevolente e gentil. Seu pai tornou-se meu amigo também.

Foi muito bom ir a sua casa -um lugar muito tranquilo-.Mas naquele mesmo dia percebi um problema:Seu pai passou a me amar tanto quanto amava seu filho(e meu caro amigo percebeu isso).Mas,nem por esse motivo,ele deixou de ser meu amigo,muito menos de me amar também.

Então,no dia posterior ao que conheci seu pai,minha doença se agravou. Os médicos disseram que,se eu não recebesse uma doação urgente,eu morreria;disseram que meu sangue estava num processo degenerativo e que já não prestava .O sábio leitor deve estar pensando que a situação não poderia piorar mais. Mas pensa errado.

Surgiu um novo problema:não tinha eu família. E não havia no “banco de sangue”, um sangue ao mesmo tempo compatível e que pudesse me curar totalmente.

Então no mesmo dia,contei o que estava acontecendo,a meu imensurado amigo e seu pai. Eles prontamente se disponibilizaram para fazer o exame,para testa a compatibilidade sanguínea.

Porém,apenas meu amigo era capaz de fazer tamanha doação. O leitor deve estar imaginando que meu amigo não faria a doação,pelo fato de seu pai me amar tanto quanto a ele. Entrementes enganou-se.

A doação teria que ser tão grande,que meu próprio amigo precisaria de um retorno para permanecer vivo,e isso caro leitor,seria inviável. Mas mesmo sabendo que ele também morreria se não recebesse uma doação,disse com firmeza e total apoio do pai,que faria a doação e que me amava o suficiente para isso.

E assim o fez. O melhor amigo que já tive,morreu por mim. Caríssimo leitor,devo lhe pedir desculpas por se quer ter dito o nome de meu amigo,mas agora devo me redimir...Caro leitor,meu incomparável amigo se chama Jesus Cristo.

Iago Nantes
Enviado por Iago Nantes em 13/11/2010
Código do texto: T2613993