FENÔMENOS ARTIFICIALMENTE COLORIDOS

Uma vez aqui, outra ali, anoiteço, me perco neste emaranhado de símbolos urbanos, setas, placas, indicativos, nomes ao avesso, às vezes pejorativos, blasfemando as lembranças, os personagens, quem são eles se nem eu me conheço, concorda? Sem corda!

De novo, ali e lá, lalá, lelé, louco, me perco, percorro a cidade em busca de motivos, motivação para alcançar uma interpretação para este meu vocabulário alterado, letras errantes, pensamentos inquietos, frases agitadas, definições infectadas por estranhas sensações, diferentes do meu cotididiano, anormal, todo ano. Não me encontro; só desencontros. Todos sabem que não existe o fim do mundo e mesmo assim, morrem de medo. Eu também.

Vou me explicar. Não estou infeliz, não, são apenas elucubrações visionárias, surreais, só reais, conjecturas de um futuro que não existe, meu presente, pensamentos aleatórios, cansativos, soltos ao vento, nestas tempestades que dissipo sem fazer força nenhuma, afinal, não pertenço a este mundo de caligrafias desafinadas.

Estas grafias desgrenhadas são apenas meus pensamentos enlatados.

Estas palavras órfâs, sem pai nem mãe, são apenas palavras que não tiveram a oportunidade de crescer. São apenas ovelhas desgarradas.

Eu sou apenas um personagem nesta estória, nem mais nem menos, apenas um, solitário nesta caminhada sem volta, sem reviravolta.

Sonhava, feito maluco, acabando com a minha apatia domingueira, contemplativa, aliviando o tédio, corrompendo o ócio quando palavras me assaltaram, levaram todo o meu sossego. Palavras desnorteadas, comprimidas entre um parênteses e pontos. Eram os fantasmas do fim de qualquer fase, frase. Cheguei ao fim do texto mais louco do que no início, qual?

Resumi. Alucinei.

Expliquei. Expirou meu tempo.

Tudo bem, já passou. Já Passei. Tchau!

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 11/11/2010
Reeditado em 08/12/2010
Código do texto: T2609782
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