Pai - apenas um registro na certidão
Ela esperou por nove meses. Ele esteve com ela durante esse tempo e até que a criança completasse sete anos de vida, porém, sempre alheio a tudo.
Nunca foi um pai participativo, muito pelo contrário, se lhe perguntassem o dia em que a criança nasceu ele certamente não saberia responder.
Um pai que se preze, tem de saber ao menos a data de aniversário dos filhos – isso é o mínimo que se espera.
Como ele mesmo gosta de dizer: veio ao mundo para “zoar”. E, “zoeira”, realmente, não inclui filhos e responsabilidades com os mesmos. Pois é, deveria ter pensado antes de fazê-los, porque mesmo com a medicina avançadíssima, não existe mulher no mundo capaz de fazer filho sozinha.
O tempo passa, os filhos crescem, e o pai ausente só participa dos melhores momentos: festas de aniversários – não porque ele se lembre da data, mas por educadamente ser convidado a participar da mesma; formaturas, e assim por diante.
Que nome dar a um sujeito como esse? Do que chamar um completo estranho? Pai?
Mas, pai não é quem cria? E quando a mãe cria os filhos sozinha, que nome damos à ela? Pãe?
Até que seria uma bela homenagem.
Quando não se está preparado para assumir tamanha responsabilidade, é recomendado o uso de métodos contraceptivos. Opções não faltam.
Há homens que nasceram para a paternidade, assim como mulheres que nasceram para a maternidade, enquanto que, outros, como o descrito nesta crônica que, simplesmente, nasceram para fazer filhos, ou seja, espalhar crianças pelo mundo deixando uma “marquinha” pessoal e pronto.
Acham “bonito” deixar miniaturas suas pelo mundo e se orgulham disso, esquecendo-se que, criança precisa de atenção e sustento, é claro. Com um pouco de “sorte” (se é que existe alguma vantagem nisso), registram e tornam-se pais por acidente, pelo menos na certidão de nascimento.
Homens, não sejam uma máquina distribuidora de espermas, pois isso gera vidas inocentes que depois acabam por pagar o “pato”.
Um pouquinho de prudência não faz mal à ninguém, e sinceramente, pai só para constar num registro civil é melhor nem ter.