Numa Quinta - Feira
Era uma tarde de uma quinta-feira de sol.
Aula de Esportes... Futebol na quadra.
Jovens maravilhosos, canalizando diversos sentimentos naquela atividade.
Cada um trazendo sua dor... E a sua parca alegria.
Esse turbilhão de emoções que existe no coração dos jovens.
Um futebol maravilhoso!
Eram crianças grandes, correndo atrás da bola.
E havia uma admirável criança... O PEDRO.
Criança?... Criança.
Sim... Um generoso coração de criança!
Nossa! Que coração!
Gosto muito de observá-los quando atuam...
Seus comportamentos, socialização, o “viver” em grupo.
Mas, devo confessar que adorava vê-lo jogar.
Havia sempre um carinho para mim guardado em sua “manga”.
Não posso traduzir a generosidade desse garoto...
Não consigo traduzir o meu afeto por esse garoto.
Mas posso traduzir a imensa gratidão a Deus...
Por ele ter passado em minha vida profissional.
E ter-me ensinado, tantas vezes, a ser uma pessoa melhor.
Exercitando a minha paciência,
Ensinando-me que o carinho transpõe qualquer sentimento ruim.
Aliás... Nunca consegui ficar “brava” verdadeiramente com ele.
Nenhum de nós. Ele era encantador!
Porque ele sempre fazia uma excelente reflexão sobre seus atos.
E sempre os reconstruia... E com muita humildade, decência, reconhecimento... Isoo o traduz.
Muitas vezes, o Pedro foi mais educador do que eu.
Sempre defendendo, intercedendo por seus amigos...
Eu costumava dizê-lo que ele poderia ser ele um excelente advogado. E ele dizia-me: “Quem sabe, ‘né’, professora?!” ... Sonhos.
Quinta-feira... Quadra... Futebol.
Ele fez um gol para mim. E gritou meu nome, bem alto!
Braços abertos... E presenteou-me.
O seu grito... Ficará ecoando em meu coração.
Nas árvores, em volta daquele campo,
Nas gavetas de minha memória.
Tenho, hoje, mais um degrau abaixo de minha trajetória profissional.
Mais um aprendizado... E uma enorme perda.
Porque, Pedro, você foi um grande desafio para mim.
E ensinou-me muito.
E, fundamentalmente, mostrou-me que vale a pena sim... Continuar acreditando no ser humano como protagonista de suas ações.
Porque você evoluiu muito enquanto ser humano, Pedro.
Evoluiu, espalhou amor... E partiu.
Até um dia, filho.
Deus esteja contigo.
(Homenagem Póstuma a um Educando que eu perdi para a sociedade)
Karla Mello
Junho/2009