Let it be...
“Há um momento na sua vida, em que você precisa escolher entre ter razão ou ser feliz.”
Não foi assim que eu imaginei que seria o fim. Não era essa sensação que eu esperava sentir... Estar errada nunca foi algo pelo qual eu gostaria de ter me acostumado.
Quando tudo começou, eu era apenas uma menina, que estava ansiosa por estudar das sete da manhã às sete da noite, ansiosa pela ‘melhor fase da minha vida’, como costumam dizer por aí.
A verdade é que tudo é melhor quando olhamos para trás. De lá, do começo, tudo só parecia ser divertido. Do meio, parecia que não ia ter fim. E daqui, parece apenas, um alívio. Tenho certeza, que um dia, vou olhar para trás e sentir um pouco de saudade.
Enfim, acabou a faculdade. Foram seis anos, desesperadores, divertidos, longos seis anos.
Virei adulta aqui. E às vezes, ainda me pergunto se realmente cresci.
Amigos preciosos que seguraram minha mão me ofereçam o ombro, e um abraço carinhoso em momentos realmente difíceis. Porque estamos morrendo desde o dia em que nascemos...
Chorei por tantos motivos idiotas, que quando houve necessidade de lágrimas, nada fez muito sentido.
Pensei incontáveis vezes se era isso mesmo que eu queria. Relutava em dizer que sim. E agora, parece que não havia nada mais perfeito para fazer da minha vida.
Fui tão arrogante tantas vezes. Me achava humilde e melhor, o que é uma contradição falsa. E agora percebo que só preciso saber quem eu sou, o que eu quero, e fazer o melhor possível para melhorar isso. Não importa a capacidade dos outros, as falhas dos outros, mesmo que esse outro seja um sistema aparentemente falido e extorquido. Muito menos, interessa o que os outros pensam sobre mim.
Nunca fui negligente, mas errei. E meus erros me fizeram perceber que ainda vou errar muito. E é preciso aprender com os erros, e só. Lamentar dura poucos segundos.
Não tenho mais medo das pessoas. Antes de qualquer coisa, tenho respeito. Respeito pelos meus superiores, pelos meus subordinados, pelos colegas de profissão, pelos meus pacientes e pelas decisões e crenças de cada pessoa.
Aprendi o meu lugar. Percebi que existe momento para me revoltar e para me calar e aceitar o que não posso mudar.
Descobri que você pode gostar do diabo. E que na verdade, ele é só um ser humano, com defeitos e qualidades, talvez usadas em momentos errados.
E agora, percebo que mesmo acreditando fielmente em tudo isso, ainda vou mudar muito de opinião. E que sou nova demais para acreditar que esse é o fim, ou que eu estou certa, porque na verdade, esse é só o começo.
“As pessoas só se movimentam por aquilo que realmente acreditam. É preciso fazer as pessoas acreditarem que tudo isso aqui pode melhorar. Basta se movimentar.”