TRAVESSURA DE MÃE
Era um sábado como outro qualquer, em uma cidade grande.
Mas para minha filha aquele seria um dia especial, pois era o aniversário de sua melhor amiga e elas haviam combinado de ir ao cinema juntas. Eu estava encarregada de levá-la ao Shopping, meu filho também quis ir junto.
Assim que, saímos de casa rumo à diversão.
Enquanto íamos, fiquei pensando em como era dura a vida de criança que mora em cidade grande. É um festival de “não pode” que dá pena. Não pode brincar na rua, não pode sair sozinho, não pode jogar bola na garagem, não pode andar de bicicleta na rua e nem na garagem, não pode, não pode e não pode. Pensando nisso resolvi fazer uma travessura.
Chegamos ao shopping e fomos ao encontro da amiga. Ela estava em frente ao cinema, junto com seus pais. As crianças se abraçaram felizes, cumprimentei os pais dela, e conversamos um pouquinho. Já estava quase na hora de começar o filme. Eles estavam prestes a entrar para a sala de cinema. Chamei a criançada a um canto, falei baixinho, para que os pais dela não ouvissem. Disse-lhes:
_ “Divirtam-se, sejam crianças, podem atirar pipoca, mas não muita, porque não se joga comida fora, ah, e sentem-se atrás dos pais dela, porque se eles virem poderão brigar com vocês! Evitem uma bronca desnecessária." Eles fizeram umas carinhas sapecas, pareceram imaginar, os olhinhos brilhavam e eles pareciam não acreditar no que acabavam de ouvir! Adorei! Ganhei o dia! Voltei para casa para descansar um pouco, pois a semana havia sido daquelas! Quanto ao cinema, havia pouca gente na sala, não tinha graça fazer arte para um público tão minguado. Foi o que me disseram quando voltaram para casa. Mas, estou segura de que algumas pipocas e papeizinhos de bala voaram pelos ares, ah, si voaram!