NEM TÃO PRUDENTE COMO A SERPENTE, NEM TÃO MANSA QUANTO A POMBA.
 

Estava cá no meu pensatório meditando... Confesso que às vezes sou levada a outras preocupações, que não sejam: “medir quantas vezes uma pulga pode saltar o tamanho dos seus próprios pés e se o mosquito canta pela boca ou pela rabadilha” (Aristóteles ridicularizando Sócrates na comédia “As Nuvens”) No momento o que me preocupa é essa aparente calma que exibo e me exaspera, mesmo quando me vejo possuída por um sentimento de raiva. Então, fui procurar saber como me livrar desses momentos. Li qualquer coisa a respeito: é dito que a raiva passa quando passamos a encarar o fato que nos leva a senti-la com olhar de superioridade.


Fiz uma varredura nos meus sentimentos em busca desse olhar de superioridade, mas não encontrei as causas implícitas que o justifique, não existe em mim arrogância, altivez, soberba, orgulho, presunção, pretensão. Fato que levou o meu senso crítico   à conclusão que não há como arrancar de mim tal olhar. Levando-me a crer, que o meu poder de reação se enquadra na categoria das pessoas que não são nada “prudentes como as serpentes e nem tampouco mansas como as pombas.” (citação bibilica)


Volto para o pensatório e enquanto a raiva não passa vou observar o pulo da pulga.

 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 09/11/2010
Reeditado em 09/11/2010
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