ANIVERSÁRIO DE CONQUISTA - NOSSA HOMENAGEM

Quando Vitória da Conquista comemorou o seu sesquicentenário, em 9 de novembro de 1990 (150 anos), quis o destino que eu fosse o presidente da ACL – Academia Conquistense de Letras. À época o diretor do Centro de Cultura, era o ator e diretor de teatro - Gildásio Leite, o presidente vitalício da Casa da Cultura – Carlos Jehovah e o prefeito municipal - Carlos Murilo Pimentel Mármore. O regente da Banda de Música da Polícia Militar era o tenente Gandra e o maestro Alvinho, dirigia o Conservatório Municipal de Música.

Naquela oportunidade, em protesto contra o fato da Câmara de Vereadores ter “esquecido” de convidar a Academia Conquistense de Letras, que então fizera 10 anos de fundada, resolvemos curtir “uma vigília cultural” de uma semana.

Essa vigília consistiu em apresentações diárias de palestras dos acadêmicos que se inscreveram para os eventos noturnos, cada qual com um tema importante. O acadêmico Dr. Ruy Bruno Bacelar de Oliveira, luminar da cultura conquistense, defendeu a tese do crescimento de Conquista, baseando-se no crescimento lento, mas progressivo da UESB, fundada pelo governador Antonio Carlos Magalhães com a razão social Autarquia Universidade do Sudoeste da Bahia, sucedendo a Faculdade de Educação. Na palestra de Ruy Bruno e nas discussões que se sucederam, havia uma grande perspectiva de que Vitória da Conquista seria transformada num grande pólo Educacional, de Saúde e de Serviços, o que se constata nos dias atuais. O pensador e Professor Ruy Bruno foi muito feliz em sua profecia. Secundando o tema abordado por Ruy, o Prof. Jovino Moreira da Silva também apresentou uma palestra de grande envergadura, apontando os caminhos da economia e da própria diversidade de oportunidades que teríamos, a partir da UESB que fatalmente atrairia investimentos públicos e privados, tanto para a ampliação dos seus cursos, quanto na atração de capital externo para viabilizar a implantação de outras universidades e escolas de nível superior, com outros cursos.

Outros temas foram tratados e até temas religiosos e filosóficos que diziam e dizem respeito à vida do homem, na sua constante evolução.

Na verdade, o que quero registrar nesta crônica é o fato de que, naquele tempo, havia pessoas que pensavam a cidade e apontavam caminhos para que a cidade crescesse e se desenvolvesse de forma sustentável.

O tema que abordei em minha palestra, foi o desapego do conquistense, a partir do poder público, para com as grandes personalidades que daqui saíram e elevaram o nome da nossa comunidade até fora do nosso país, mas que eram esquecidas e, muitas das vezes, tratadas com certo desdém. Aí fico lembrando quando tínhamos encontros de final de tarde no bar ‘Gimba Jardim’ de Vitório Ferraz - que funcionava na rua Zeferino Correia, quase frontal à Câmara de Vereadores. Ali ouvi o Dr. Fernando Dantas Alves ‘cravar’ algumas frases interessantes, referindo-se a Conquista: “Conquista dá, Conquista tira” – frase atribuída a Régis Pacheco – referindo-se aos políticos que tinham tudo da comunidade, mas acabavam suas vidas no maior ostracismo. No sepultamento do próprio Régis, que foi médico, prefeito de Conquista e governador da Bahia, compareceram menos de 30 pessoas, mesmo assim, instadas a fazê-lo pelos amigos fiéis; entre eles, o próprio Dr. Fernando e Humberto Flores.

Por isso estamos a comemorar o 170º aniversário de Vitória da Conquista, cidade aprazível, de clima maravilhoso. Comemorar, pedindo aos conquistenses nativos ou adotivos, que zelem pela nossa cidade. E falo como filho adotivo, uma vez que nasci em Poções – que já pertenceu a Conquista, mas isso é outro papo que preferimos deixar para outra oportunidade.

PARABÉNS, VITÓRIA DA CONQUISTA. Cidade dos Poetas. Cidade das Rosas. Jóia do Sertão Baiano. Rainha de todo o interior da nossa Bahia.

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 08/11/2010
Código do texto: T2603685
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