CALDERÓN DE LA BARCA DIZ: "A VIDA É SONHO"

A vida é sonho, como diz Calderón De La Barca, ideário que sei estar também em Omar De La Roca, "alternome" de um amigo querido, assim como em J.G.C. e em J.L., tanto quanto em um Outro Amigo de cujo nome sequer devo dizer as iniciais, todos seres diletos na minha alma, todos cavaleiros involuntários e parceiros de apocalipses de natureza pessoal (em mim e neles) apocalipses a ocorrerem desde sempre, cada qual por sua vez, dois deles simultaneamente ao longo de quase vinte anos, apocalipses que jamais conheceram, nenhum deles, a face do próprio armagedon que, em cada um de seus rostos, o bem e o mal sempre indissoluvelmente unidos, indisponíveis para uma guerra que seria fraticida e que, por impossível, jamais se deixou abrir a qualquer imaginário de Nova Terra e de Novos Céus.

A vida é sonho, eu também o sei. Digo mais: quando acordo a cada manhã e consigo me lembrar, por segundos, de sonho que tenha tido no durante do dormir cada vez mais difícil, compreendo sempre com maior nitidez que a vida sequer chega a ser sonho, a vida lhe fica muito aquém, que ela, vida, apenas simulacro, de sonhos como de pesadelos; vida, simulacro do qual não consigo acordar.

Não há como dizer-me o que a vida me é, nem o que ela não me é, e abuso dos pronomes em 1ª pessoa porque há muito renunciei a qualquer dito de natureza universal, isto é, a qualquer palavra que se pretenda aplicável a quem que seja para fora dos muros de mim. Ainda assim, e em nome dos afetos que me cabem, dos afetos que conseguiram sobreviver a todos os cataclismos e hecatombes, permito-me manifestar o seguinte anseio: Que a vida, seja ela sonho, tenha ela, vida, o nome que tenha, que ela, vida, sempre lhes seja leve ou lhes adquira toda a leveza possível, caríssimos amigos, inesquecível Amigo Meu.

Zuleika dos Reis, na manhã de 08 de novembro de 2010.