JOGUE NA VACA
Cabisbaixo, entrou na igreja. Tava muito tonto e “duro” também. Precisava descolar uma grana de um jeito ou de outro. Tinha que apelar. Roubar, impossível. Sempre bebeu, mas roubar não. Pedir? A maioria já o conhecia e sabia para onde iria parar o dinheiro: - Numa garrafa de pinga.
O jeito que encontrou era pedir auxílio aos céus. Por isso sua presença ali. Ele, que não era nada daquilo, tinha que apelar e agora lá prá cima. Mas sua garganta meio seca exigia. Não tinha como escapar. Entrou e foi subindo pelo centro da igreja até chegar perto do altar principal. Olhou para o lado e reconheceu. Não era outro, conhecia-o desde pequeno: São Benedito. Sim, por causa da cor. Eram iguais. Mesma raça: Negra. E por isso lhe veio a certeza: - É esse mesmo, ele vai ajudar, não tem como negar.
Chegou mais perto e com a língua um pouco enrolada foi fazendo seu pedido:
- Meu santo querido, tenha dó. Preciso de grana. Me ajude. Quero ganhar no jogo do bicho, por favor, me ajude.
E continuou a desenrolar seu pedido. O sacristão, atrás do altar, ouvindo não esperou, meio indignado foi falando: - Você quer ganhar, então jogue. - Não tenho dinheiro. - Peça a alguém e jogue na vaca.
Dito e feito. Jogou. O sacristão, por sua vez, homem curioso, passando por perto de um bar não resistiu. A curiosidade era muita. Entrou e perguntou: - Que bicho deu hoje? - Cavalo, responderam. - Ah, sim, cavalo, pois bem e saiu tomando o caminho da igreja.
Lá estava, ajeitando e varrendo aqui e acolá, quando, olhando para a porta principal, viu o pedinte bêbado com um porrete na mão.
Xi! Ele vai quebrar o santo Benedito. Pegou a estátua grande e correu para a sacristia, trazendo de volta uma menor. E ficou escondido pra ver o que aconteceria.
O bêbado chegando perto do nicho onde estava São Benedito olhou e foi falando alto: - Fio, ocê não. Vá chamar seu pai; é ele que eu quero arrebentar com esse porrete!
Cabisbaixo, entrou na igreja. Tava muito tonto e “duro” também. Precisava descolar uma grana de um jeito ou de outro. Tinha que apelar. Roubar, impossível. Sempre bebeu, mas roubar não. Pedir? A maioria já o conhecia e sabia para onde iria parar o dinheiro: - Numa garrafa de pinga.
O jeito que encontrou era pedir auxílio aos céus. Por isso sua presença ali. Ele, que não era nada daquilo, tinha que apelar e agora lá prá cima. Mas sua garganta meio seca exigia. Não tinha como escapar. Entrou e foi subindo pelo centro da igreja até chegar perto do altar principal. Olhou para o lado e reconheceu. Não era outro, conhecia-o desde pequeno: São Benedito. Sim, por causa da cor. Eram iguais. Mesma raça: Negra. E por isso lhe veio a certeza: - É esse mesmo, ele vai ajudar, não tem como negar.
Chegou mais perto e com a língua um pouco enrolada foi fazendo seu pedido:
- Meu santo querido, tenha dó. Preciso de grana. Me ajude. Quero ganhar no jogo do bicho, por favor, me ajude.
E continuou a desenrolar seu pedido. O sacristão, atrás do altar, ouvindo não esperou, meio indignado foi falando: - Você quer ganhar, então jogue. - Não tenho dinheiro. - Peça a alguém e jogue na vaca.
Dito e feito. Jogou. O sacristão, por sua vez, homem curioso, passando por perto de um bar não resistiu. A curiosidade era muita. Entrou e perguntou: - Que bicho deu hoje? - Cavalo, responderam. - Ah, sim, cavalo, pois bem e saiu tomando o caminho da igreja.
Lá estava, ajeitando e varrendo aqui e acolá, quando, olhando para a porta principal, viu o pedinte bêbado com um porrete na mão.
Xi! Ele vai quebrar o santo Benedito. Pegou a estátua grande e correu para a sacristia, trazendo de volta uma menor. E ficou escondido pra ver o que aconteceria.
O bêbado chegando perto do nicho onde estava São Benedito olhou e foi falando alto: - Fio, ocê não. Vá chamar seu pai; é ele que eu quero arrebentar com esse porrete!