Exames de Provas e Títulos.

O Brasil é um país democrático. Por aqui, para se investir em cargos de promotor de justiça e juiz de direito basta, se é que se pode assim dizer, ser aprovado em concurso público de provas e títulos. Qualquer cidadão que tenha concluído faculdade de direito e que tenha comprovado três anos de efetivo exercício na área jurídica pode se investir.

Basta estudar, e estudar muito, pois requisito principal é que saiba o conteúdo da matéria, e acerte parcela significativa das provas, nas três ou quatro fases. Temos a prova objetiva, a prova prática e a prova oral, podendo-se, caso as circunstâncias exijam, a prova anal, mas esta não foi implantada ainda no Brasil.

O curioso e ao mesmo tempo assustador é que cargos de tamanha importância e responsabilidade não tem em seu cronograma de exames o teste psicológico, emocional e de aptidão. Aliás, cargo público algum por este país de “jeitinhos” exige tais exames admissionais. Vê-se muito isso na esfera particular. Muitas empresas, inclusive da administração pública indireta exige testes psicológicos, emocionais e de aptidão. Para se ter uma base na região onde vivo as usinas de cana de açúcar exigem que todos os seus pretensos funcionários passem pela bateria de tais exames.

Até para cortar cana (não que a profissão de cortador de cana seja inferior à de promotor ou juiz, longe disso) é imprescindível que o cidadão passe pelo devido teste psicológico. Por que não em cargos de alto escalão? Motivos os quais vemos diariamente delinqüentes bons de memória serem aprovados em concursos para representar o Estado como promotores e juízes, fatos que derrocam em gravames letais para muitos das camadas mais baixas da sociedade, quando defrontam com juízes tirânicos e um promotores sádicos que se conluiam em pequenas comarcas da federação pôr em pratica suas insanidades. Não generalizo, uma vez serem nobres em sua maioria, mas seria importante extirpar de vez os “podres” que se aproveitam da “boa cabeça” para alçar vôos de poderio exacerbado, como reis despóticos de eras primitivas.

Em dado momento se esquecem completamente de suas atribuições e passam a exercer um totalitarismo dentro das esferas do judiciário, que, felizmente, possibilita-nos o duplo grau de jurisdição. Caso contrário seríamos vítimas não de criminosos, mas da quadrilha que se forma muitas das vezes entre juízes, promotores, delegados e policiais dentro de certas regiões miseráveis do Brasil. Não estou sozinho nisso. Os miseráveis por fim é que pagam o pato. Lugar de pobre é na cadeia, já ouvi muitas vezes dos ditos “grandes”. Já ouvi um desses indagando de policiais o porquê não apagou o sujeito.

Perseguem os fracos porque, como psicopatas, temem os grandes. Correm atrás de ratos, crianças esquálidas viciadas em drogas e se esquecem de sequer investigar os de colarinho branco, que, indiretamente, ceifam a vida de milhões com seus atos de corrupção e ambição.

Há uma nítida inversão de valores. Enquanto que na ditadura perseguia-se “mentes pensantes”, “subversivos”, na democracia atual persegue-se o pobre, o preto, a puta, o doente e o viciado.

A sociedade está podre, e não é encarcerando um doente que se vai dar jeito na situação. É o medo do rico de ter sua casa invadida ou um ente seqüestrado que move o meio policial. O sistema se preocupa com os galhos e se esquece da raiz, do cerne, de onde advém toda esta sujeira. A fonte do mal está na corrupção!

A polícia adora uma violência, adora um spray de pimenta, adora socar o cassetete no lombo do miserável, mas quando um figurão se aproxima ajoelha-se e pede clemência por uma gratificação. Ganham pouco e são em sua maioria despreparados, frutos podres do próprio sistema. Pobres das vítimas do cárcere e dos espancados nas alcovas dos esgotos da decadência!

O sistema nacional é um círculo vicioso que precisa urgentemente de internação, reciclagem e cura!

Soltam o filho da puta do Arruda, que matou milhares indiretamente, e mantém preso um pobre diabo que fora pego fumando um cigarro ordinário de bosta de vaca debaixo de um orelhão público! Tudo isso é uma merda! Tudo está podre! Matem-me, pelo amor de Deus! Não sou digno! Não sou daqui! Recuso-me a admitir que pertenço a um lugar desses! Está tudo errado! Tudo errado!

Não acuso ninguém! Se o quisesse iria com provas cabais (o que dificulta, uma vez que os meandros do sistema são expertos em apagar provas e “queimar arquivos”) até os meios televisivos, como únicos que dão visão e audição ao povão, o que faria algum burburinho, principalmente em se tratando de escândalos.

EXERÇO AQUI MEU DIREITO DE EXPRESSÃO, CONSTITUCIONALMENTE PREVISTO; AGORA, SÓ NÃO ME VENHAM DIZER QUE ESTOU DELIRANDO OU QUE ISSO TUDO NÃO EXISTE DE FATO NO BRASIL!

Nós só queríamos que enxergassem!

Será que estou me enlouquecendo?

Savok Onaitsirk,

São Paulo,

16 de novembro de 1.999.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 08/11/2010
Código do texto: T2603266
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