Desenhe um coração
Não há pessoa no mundo que não atenda a esse pedido por não saber desenhar. Somos produto do meio em que vivemos e todos sabemos como se desenha, mesmo que isso que aprendemos não seja exatamente a forma dos corações verdadeiros.
Temos também o hábito de olhar com ternura a esse desenho ou pintura porque por trás do símbolo há uma série de emoções.
A mesma cultura que nos dá esse sentimento ensina as meninas a gostarem de boneca e os meninos, de carros e bolas. Com um agravante: beleza maior numa boneca é semelhança com Barbie. Resultado disso? - Meninas com outras características se sentem feias.
Presenciei uma criança chorando porque não queria ter o rostinho que ela vê no espelho, porque não é parecido com sua boneca. Que sociedade cruel a nossa!
Como fazer uma criança se contentar com o rosto que tem? Como fazer criança se adaptar ao mundo real e deixar para os sonhos e ilusões outros tipos de desejos?
É preciso fazer os pequenos se adaptarem a dois mundos: um real e outro do faz de conta. Com o decorrer da vida o mundo do faz de conta vai tomando menor importância e o crescimento do mundo verdadeiro irá colocando peso nos pés que estão no chão, tentando, eventualmente, flutuar.
Hoje os entendidos em meditação nos ensinam a “flutuar”, mas, com certeza, é porque nossos pés acabaram ficando muito pesados e cheios da realidade. O meio termo continua sendo o melhor.