É impressionante como há pessoas que passam pela vida sem viver. Pessoas sem sensibilidade para as coisas bonitas com as quais a vida nos presenteia.
Saí para caminhar, como faço todo fim de semana, e verifiquei que algumas pessoas caminham olhando para dentro de si mesmas, com o cecho franzido, a cabeça baixa, sem desfutar da beleza de um dia de sol, de um mar azul e de tanta gente bonita que passa por elas.
Tenho uma amiga, que trabalha na mesma empresa que eu, que nunca reparou na árvore maravilhosa que fica quase na porta e que, todo ano, fica completamente florida. Um dia a encontrei no elevador e lhe perguntei: viu como está linda a árvore, toda coberta de amarelo?
Árvore? Que árvore?
E olha que ela trabalha na empresa há bem uns vinte anos e, naturalmente, a árvore floresce toda primavera e as flores são amarelas.
Para uma outra amiga levei flores quando fui à casa dela para um jantar. Achei que seria simpático levar-lhe umas flores, mas quando ela as recebeu, colocou-as sobre um móvel, como se elas fossem de plástico e não precisassem de água.
Enquanto isso um deficiente visual, ao visitar uma exposição, especialmente preparada para cegos, acaricia uma flor e diz: que linda!
Edina Bravo