O Deus que habita em mim...
      
  Águida Hettwer
 
   Perguntaram-me se acredito em Deus. Respondi. –Absolutamente. Como não poderia crer num ser superior, que fez e faz maravilhas. É a essência do equilíbrio humano, do domínio próprio, físico, espiritual e material. Conhecedor da alma, da planta do pé ao ultimo fio contabilizado da cabeça.
 
    Podemos viver amarfanhados em hipocrisia, engolfados no materialismo desenfreado, dependurados na corda-bamba do ego. Entretanto, “somos filhos amados do Pai”, e Ele, resgata-nos do fundo do poço, estica-nos a corda. Estende-nos a mão, esfolamos-nos, nos machucamos no estreito trajeto, mas saímos ilesos de alma lavada e liberta.
 
   Se por ventura a alma resguardar seqüelas, são nelas que aprendemos a nos levantar, a encontrar força, para juntar os cacos e formar um novo mosaico, cheio de cores vibrantes, de várias espessuras e dimensões variadas. O milagre da vida constitui numa infinidade de experiências, desapontamentos, decepções, dor, alívio, conforto, fé e esperança.
 
 Quanto mais tentamos-nos explicar e nos justificar dos erros, fazendo-nos de “pobres vitimas do acaso”, deixamos de adquirir preciosos valores, inibindo a alma de aprendizado e evolução. Não há vitórias sem espinhos! Não podemos apreciar o delicado perfume da rosa, sem sujar as mãos, sem adubar a terra, sem lançar as sementes, ao solo e como bom jardineiro, regar, podar e zelar seu feito, com cuidado e competência.
 
    Não há virtude, sem molde, sem rasuras e borrões. Prefiro machucar as mãos nos espinhos a sair ilesa desse mundo sem marcas, sem perfumes ou histórias para contar.
 
   Ah! É hora de desenterrar o talento, de afiar as lâminas e sair pra luta, pois só não luta quem já feneceu. O Deus que habita em mim é guerreiro, faz da minha fraqueza a fortaleza que me identifica.
 
 
                                                                               06.11.2010