Caseiro ou industrializado?
Estou escrevendo ao lado de uma deliciosa porção de arroz doce caseiro.
Alguém já comeu arroz doce industrializado? Eu não e nem imagino o quanto pudesse ser ruim. Dos doces caseiros de décadas atrás quase tudo já vem de pequenas fábricas, que embora se chamem caseiros, estão modificados a ponto de se chamar doce não caseiro. Têm conservantes e outros tais aromatizantes e corantes misteriosos.
Nos velhos tachos de cobre de nossas cozinhas saíam bananadas, doces de abóbora ou de leite. Aquelas compotas de frutas tiradas do pé, onde a família toda se punha a descascar uma a uma. A pamonha, então, era uma festa. Sobrava para dar para a vizinhança. O doce de manga de minha avó era passado numa peneira de taquara, daquelas que hoje só se usa em decoração. O sabor final era outro. Será saudosismo?
Penso que não. Ainda é possível encontrar donas de casa com tempo e disposição para fazerem doces e tirarmos à prova da diferença que há entre eles. Eu faço o doce de manga, só que para horror de minha falecida avó passo no liquidificador. É o assassinato do doce de manga. Quem come se contenta porque ninguém vai querer passar nas antigas peneiras para mim, então não reclamam.
No dia em que encontrarmos arroz doce feito em fábrica acho que escreverei outra crônica a respeito.