Debate presidencial Lula e Alckmin na Band. 

     Lula e Alckmin se enfrentam pela primeira vez num debate inédito no Brasil, isto é, um presidente no pleno exercício de seu mandato concorrendo a eleição com o candidato da oposição. 

     Um debate onde se falou um pouco de tudo programa de governo, ética, passado e futuro, bem como as atuações nos governos respectivamente – um ex governador recente com o presidente atual. 

     Quem foi vitorioso no debate? Bem esta resposta é muito relativa, porem, diria que quem ganhou foi o eleitor que nem é de Lula nem é Alckmin, mas sim o eleitor que está decidindo em quem é o melhor para assumir a locomotiva chamada Brasil. 

     Sabemos que uma enorme parcela dos eleitores não são eleitores de carteirinha nem de um candidato nem de outro, pelo contrario, estão preocupados em escolher o melhor dos que estão na disputa. 

     Este segundo turno algo que devemos conscientizar é que, não podemos mais ser ideológicos, pois, nesta altura devemos mais estar atento a conduta ética e escolha daquele que nos transmite mas segurança e confiança. 

     O que mais foi abordado no debate entre os candidatos foi a conduta ética dos governos tanto a âmbito estadual quanto no federal. Devido a tantos atos de corrupções que foi marcado no governo atual, não teria como esta tônica ficar em segundo plano. 

     Gostaria de destacar uma das perguntas feitas pelos jornalistas que teve um sentido profundo, principalmente de reflexão para sociedade. Embora, tenha sido dirigido ao candidato Lula, ela indiretamente foi dirigida aos expectadores. 

     Como trabalhar os valores como a ética na sociedade? Segundo pesquisas a sociedade está mais admirando os vilões que aquelas pessoas que tem comportamentos éticos? Em suma, a idoneidade, a ética certos valores pensado como fundamentais do Ser humano estão sendo considerados ultrapassados. 

     Pergunta esta que foi respondida por Lula na necessidade de investir mais na educação, na formação intelectual dos estudantes. Já por Alckmin foi respondida, porem numa linha inversa, isto é, no exemplo, no testemunho. E que este exemplo deve partir do chefe de estado. 

     Finalizando esta crônica sem querer ser tendencioso, mas emitindo uma opinião, vejo que Lula perdeu a oportunidade de consolidar sua vitória quando não respondeu de onde veio o dinheiro para a compra do dossiê. Ele sabe, não tem como não saber, até mesmo pelos companheiros que são extremamente próximos e que estão envolvidos no escândalo. Lula tem consciência que se ele falar torna-se um réu confesso e abre o processo de cancelamento de sua candidatura. 

     Não há possibilidade nem hipoteticamente dele não saber até porque os personagens deste episódio são companheiros de casa, de festa, porem Lula reserva o direito de não se comprometer. 

     Num processo judicial ele pode até ser “inocente” pela possível falta de provas, no entanto, num julgamento por falta de decoro seria condenado. O falta do decoro julga a ética e assim caberá aos eleitores o julgamento ético da conduta de Lula no exercício da presidência durante os quatro anos de seu governo.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 09/10/2006
Reeditado em 09/10/2006
Código do texto: T259945