NOSSOS SUCESSORES
Nenhum cargo é eterno. E o que nos resta? Parafraseando Vinícius: vivê-lo em cada vão momento!
Há alguns anos eu, o Odimar e o Nailo somos considerados os poetas da cidade e, assim, convidados para os saraus, concursos poéticos e eventos culturais. Nossos textos são lidos e dramatizados pelos alunos nas escolas, nas mais diferentes oportunidades, em principal, na ocasião do aniversário da cidade.
Isso, claro, nos enche de orgulho, posto que escrevemos, como querem os mestres, para a imortalidade. Então, que esta situação, novamente parafraseando Vinícius, seja infinita enquanto dure!
Não durará muito, entretanto.
Enquanto Secretário de Educação em 2007, um dos meus atos foi confirmar a adesão da Rede Municipal de Ensino na “Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro”, realizada pelo Ministério da Educação e pela Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec – Centro de Estudo e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária.
Fi-lo com a certeza de que a literatura fosse um instrumento capaz de transformar o ser humano e a sociedade que dela se utilizasse. Talvez estivesse seguindo os ensinamentos da mestra Raquel de Queiroz, autora de “O Quinze” – romance regional que retrata a seca cearense de 1915, que disse, em certa ocasião, ser o livro o “único instrumento capaz de domesticar o animal que há em nós”.
Este ano foi realizada a segunda edição da Olimpíada de Língua Portuguesa em nosso município, nas escolas da Rede Municipal e da Rede Estadual de Educação. Participei, no último dia quatro de outubro, da solenidade de premiação da fase municipal, realizada no prédio da Câmara Municipal, com organização da Secretaria Municipal de Educação.
Foi uma solenidade simples, que premiou professores e alunos do 5º ao 9º anos do Ensino Fundamental e alunos do Ensino Médio das escolas Leontina Luciana da Silva, José Bonifácio, José de Anchieta, Patotinha e Ernesto Solon Borges, nas categorias de poemas, memórias literárias, crônicas e artigos de opinião.
A simplicidade, entretanto, atributo valorizado pelo poeta latino Horácio, nascido em 65 a.C., não tirou o brilho do evento - resultado do compromisso, da ética e do foco no aluno, por parte da comissão organizadora e das escolas - que apresentou à comunidade bandeirantense seus novos escritores.
Nossos sucessores.
Nenhum cargo é eterno, dure o tempo que durar.