DE ONDE SE TIRA ALEGRIA?
 
 
O título já resumiu e eu nem sei o que dizer. Coisas suportes estão me faltando e estou me desmoronando e, inapelavelmente, tirando minhas sustentações.

Resumo um caminho de retrocesso de memória e vejo que já não havia nada, era um deserto em que colhia hortelã, só pelo prazer do seu perfume inspirador. Um deserto querido por sua magia de alecrins e, faltam-me as palavras da lembrança. Palavras de elementos encantadores e sugestivos. Das palavras o que me sustenta mesmo é a Palavra, um ente mágico que substitui tantas coisas não dizíveis, quando em essência viva, de fato não existem.

Confio tanto na Palavra, que sei que ela me salva quando preciso. Ela deixa escrever tantas filhas de belezas que nos dá sentido e força.

Botei uma música do Tom Jobim e estou achando tão triste tudo do Tom. Ele era um homem como eu, era um triste. A Música era sua defesa ou suporte. Ele sabia que a vida era linda. E sabia dizer muito bem. Mas ele, humano, sofria. Não sabia ser feliz.


Não sou Poeta para tirar partido da Palavra. A gente inventa. Mas tem dia que a imaginação se esconde, defendendo-se para ser usada.

Quando eu lembrar uma palavra bonita que está entalada querendo expressão para mostrar seu encanto, eu volto.

Mas hoje ela não sai.

Nem inventa.