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A LEVEZA DO SER...

Texto reeditado para publicação no Jornal do Jaguar. 
 


Não, não chore não... Ignore o título que sugere Milan Kundera e sua obra sustentável e filosófica. Hoje, filosoficamente escrevo sobre a indubitável ausência de leveza do ser. Considere-se pesada a ausência da leveza desejada.
E, creia-me, este fato foi cruelmente  comprovado por uma companheira inseparável e implacável. Ela mesma, a balança, esta insuportável digital, tão franca e pouco filosófica quanto eu. Porém...
Tanto já lemos sobre as consoladoras vantagens das mulheres de meia-idade, mas sendo este um assunto tão relevante para o bem da humanidade, especialmente para o universo feminino que já está trilhando este caminho sem sal, esqueçamos inutilidades insossas e vamos à doce, light e vã filosofia... Elegância é tudo. E  filé de frango grelhado com alface também.

De quantas das supostas belezas e vantagens citadas nos inúmeros textos que nos homenageiam, você desfruta?
Eu reconheço que não desfruto de muitas. Acho que o melhor presente foi aprender a rir de mim mesma. Talvez hoje também tenha a consciência mais leve, mas creio que se deva apenas a uma transferência pouco discreta. Hoje, o peso aloja-se mais abaixo... Sim, exatamente onde estão pensando e em alguns pneuzinhos, dos quais não sinto nenhum orgulho e fico roxo-púrpura-pink tentando disfarçar.
Ah! Essas cores traidoras... Cuidado com elas, sobrepeso não é tudo.

Há quem diga que só uma mulher madura pode ostentar um belo batom vermelho sem correr o risco de parecer vulgar. Acredite, mas não muito...
Observe-se bem e não esqueça que esta questão de cores é ampla e complicadíssima...
Nem sempre aqueles finíssimos sulcos que visitam nossos lábios outrora tão lindos, ficam bem de vermelho. Talvez caia melhor um “tom boca”. Não sei bem o que é o tal tom, ainda não uso (morro, mas não me entrego)... Creio que é uma sutileza utilizada pelos maquiadores e vendedores de cosméticos, para evitar que sua boca fique parecendo mais uma “milopéia”  vermelha... Sim, ”milopéia”! Aquela das mil patinhas. Não confunda com centopéia, já passamos da idade.


Dizem, também, que mulheres maduras usando saltos altos são verdadeiras felinas, gatas...
Hum... Pode ser. Rendo-me aos saltos altos. São belíssimos, elegantes, sensuais e muito úteis.
Nada como um bom salto para garantir uns centímetros a mais na altura e quilômetros no poder de sedução. Eles também promovem aquele up instantâneo na auto-estima e no bumbum, já a caminho da depressão. São muito mais eficientes do que qualquer experiente e cara massoterapeuta, entretanto, tudo tem o seu preço...
A distensão na panturrilha é dolorosa, mas não mata, portanto não será a última. Use salto alto e saia gatíssima... OK, é bom  quando nos acham gatas, mas  não usar os óculos só para ser chamada de gata cega já é exagero, portanto, não os esqueça. E não saia tropeçando por aí.
 
Acho que nossa grande aquisição é o jogo de cintura, não que a mesma tenha afinado, pelo contrário. O jogo de cintura é aquele jeitinho só nosso de escapar pela tangente... Eu, por exemplo, no bambolê para justificar uma abordagem tão superficial sobre um tema tão relevante, esclareço que não vou desprezar o brilhante sol lá fora e os apelos do dia perfeito para uma saudável caminhada que promova a leveza e a já quase insustentável beleza do ser... Sugiro que levantem o deprimido da cadeira e façam o mesmo. Ou esta crônica superficial vai virar sobrepeso na minha consciência tão leve.


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Férias!
Retorno lá por 20/11.
Beijo a todos. 
 

Tânia Alvariz
Enviado por Tânia Alvariz em 05/11/2010
Reeditado em 05/11/2010
Código do texto: T2597986
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