Lugar comum é o cacete!

No uso das suas atribuições legais, a prefeita decretou que “do suor do teu rosto comerás o teu pão” e exonerou o denorex, declarando-se contra o desenvolvimento autossustentável da parasitária, depois da insustentável leveza do ser politicalho.

Esgotando-se os prazos legais do imponderável, para reprimir a provocação silenciosa dos que não votaram no pequeno notável, diz a prefeita: “vai ter com a formiga, ó preguiçoso. Acabaram-se teus dias de xeleléu remunerado”. O vereador presidente, lendo o Livro Sagrado e consultando o Livro Caixa, anunciou a fundação da seita “Fiel até debaixo d’água”, tendo como matriarca e profeta a própria prefeita.

No dever inelutável de consciência, a prefeita reserva os cargos desocupados pelos desocupados para os legítimos reclamos dos fiéis até à morte eleitoral, enquanto decreta a mais completa apuração das responsabilidades pelas defecções ocorridas no pleito.

O pastor da “Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo” manda celebrar culto em louvor ao novo chefe eleito, no que é repreendido severamente pela prefeita, que passa a frequentar a “Igreja Pentecostal Alarido de Deus”.

Protestando contra o arbítrio das decisões prefeitais, o oposicionista busca o apaziguamento dos espíritos, abrindo com chave de ouro o novo tempo, lançando farpas à gestão que vai à toque de caixa, sem ouvir a voz rouca das ruas e batendo de frente com a sociedade, em caminhos já trilhados na carreira meteórica do político com direito a todos os mensalões e chavões da língua portuguesa.

Os lídimos representantes do povo coroaram de êxito sua missão de dar votos ao novo chefe, detonando um processo de renovação e extrapolando sua capacidade de dirigir as massas, fazendo por merecer a devida consideração desse chefe maior, de importância vital para o progresso da comunidade.

Antes que venha a vingança do Zorro e a promoção do sargento Garcia, inserido no contexto está que os valores agregados à nova ordem farão com que retornem os denorex injustamente afastados de suas missões sugadoras diante do veredicto das urnas, em nome da paz da família brasileira.

Via de regra, a vitória esmagadora do grande chefe foi um ruído ensurdecedor nas hostes oposicionistas, que se colocam em rota de colisão com a prefeita, a qual recebeu sonora vaia e, visivelmente emocionada, detonou o processo de expulsão dos elementos traidores, depois de trocar figurinhas com seu filho e respirar aliviada por ainda ter sobrado da refrega alguns dividendos eleitorais, apesar das escoriações generalizadas em sua imagem de mãe dos pobres, conforme pesquisas de opinião pública, com dois pontos de margem de erro para mais ou para menos.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 04/11/2010
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