Do populista carismático a Senhora de Ferro

Foi uma campanha conturbada, segredos revelados, troca de acusações, busca por apoio. Não podemos dizer que José Serra e a senhora Dilma Rousseff não lutaram pela presidência, talvez o pior inimigo tenha sido mesmo o feriadão, bem que se tentou evitá-lo, mas a abstenção recorde mostrou que não se pode lutar contra algo que o brasileiro realmente ama: a folga.

O clima das ruas era de tranqüilidade, uma bandeira aqui, outra ali, sessões vazias, bem diferente do primeiro turno, reflexo de uma jornada cansativa. O que restava agora era o azul contra vermelho, um velho conhecido do público que até passou a sorrir mais e uma mulher rodeada de mistérios, incertezas e com uma bagagem de subversiva nas costas.

Mais do que uma analise de propostas essa eleição elegeu a personalidade que por quatro anos seria a imagem de um país. O Brasil optou pela novidade, pelo passado “heróico” pela “dama de ferro”. Serra não convenceu. O que sobrou foram as bandeiras tremulando com aquelas imagens e informações pouco convincentes que tentavam levar os indivíduos a seguir com a multidão que nem existia, sem desmerecer os mais de 40 milhões de votos do candidato.

O que foi definitivo mesmo para essa eleição foi a empatia, aquela fagulha de vontade de deixar o churrasco de domingo para votar naquele candidato que chamou a atenção, que combina com o Brasil. Pesando os escolhas, os eleitores escolheram contribuir para um fato histórico.

Com um misto de alívio e curiosidade e receio o poder permanece nas mãos do PT. Dilma Rousseff agora é notícia, a imprensa procura por cada vestígio da sua história para alimentar o povo que no dia 1º de janeiro vai dar um “até logo” a Lula e as boas vindas à Dilma. Dilma Rousseff a primeira mulher presidenta do Brasil...

Com um misto de alívio, curiosidade, receio e saudade.

Ailson J Lima
Enviado por Ailson J Lima em 04/11/2010
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