CRÔNICA DOS AMORES
Outro dia, numa conversa com minha avó e mãe pensei na trajetória e no sentido da experiência amorosa para cada uma de nós. Na época de minha avó, o valor de uma mulher passava necessariamente pelo casamento, devido ao valor social do feminino atrelado à família. Carregar o sobrenome do marido poderia significar desde sucesso e orgulho até uma extrema submissão e sacrifício pessoal em prol dos interesses da célula familiar.
O tempo trouxe mudanças com a entrada da mulher no mercado de trabalho. Minha mãe saiu de uma faculdade direto para o altar e durante anos não exerceu sua profissão para dedicar-se aos filhos e marido. Quando meus irmãos e eu crescemos, ela sentiu mais liberdade para trabalhar e realizar-se além do casamento e da família.
Entre minha avó e mãe vejo o feminino ainda muito ligado ao comando paternalista. Quando chegou minha vez, imaginei que casamento não seria prioridade. Coisas de uma mulher que nunca desejou ter filhos e sabia, desde muito cedo, que seria complicado conciliar minha natureza não "domesticável" à idéia da união amorosa.
Do meu ponto de vista, a instituição do casamento ainda está muito associada à família. E isto nunca esteve em meus planos, embora quem me conheça entenda ainda menos esta decisão, ao ver como gosto e me dou bem com crianças.
Apesar de não me enquadrar nos moldes tradicionais, casei, não apenas uma, mas duas vezes! Talvez, seja uma "otimista incoerente" ou de fato, valorize a experiência amorosa. Carreira nenhuma acolherá meus sonhos e medos no meio da noite (no sentido literal), nem posso me aninhar no colo dos contratos de clientes. Nunca compensei um eventual vazio amoroso com o sucesso profissional. São pilares importantes e a meu ver, independentes, na construção da minha felicidade e realização como mulher.
Penso que o ponto de equilíbrio não pode residir nos extremos. Nem na submissão ao homem ou no canto oposto, ao "dispensá-lo" como se não fosse importante caminhar ao lado da pessoa amada e enfrentar juntos os desafios da vida.
Relacionamentos saudáveis conferem crescimento à existência. O valor da experiência amorosa permanece entrelaçado ao sentido mais profundo que encontrei em meu caminho.
Entretanto, creio, a regra de ouro da vida é descobrir o que combina com a alma de cada um. Por isto, não acredito em receitas, nem nasci com vocação para bússola. Confesso que sou "desnorteada" por natureza. Falo (e escrevo) unica e exclusivamente por mim.
(*) IMAGEM: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
Outro dia, numa conversa com minha avó e mãe pensei na trajetória e no sentido da experiência amorosa para cada uma de nós. Na época de minha avó, o valor de uma mulher passava necessariamente pelo casamento, devido ao valor social do feminino atrelado à família. Carregar o sobrenome do marido poderia significar desde sucesso e orgulho até uma extrema submissão e sacrifício pessoal em prol dos interesses da célula familiar.
O tempo trouxe mudanças com a entrada da mulher no mercado de trabalho. Minha mãe saiu de uma faculdade direto para o altar e durante anos não exerceu sua profissão para dedicar-se aos filhos e marido. Quando meus irmãos e eu crescemos, ela sentiu mais liberdade para trabalhar e realizar-se além do casamento e da família.
Entre minha avó e mãe vejo o feminino ainda muito ligado ao comando paternalista. Quando chegou minha vez, imaginei que casamento não seria prioridade. Coisas de uma mulher que nunca desejou ter filhos e sabia, desde muito cedo, que seria complicado conciliar minha natureza não "domesticável" à idéia da união amorosa.
Do meu ponto de vista, a instituição do casamento ainda está muito associada à família. E isto nunca esteve em meus planos, embora quem me conheça entenda ainda menos esta decisão, ao ver como gosto e me dou bem com crianças.
Apesar de não me enquadrar nos moldes tradicionais, casei, não apenas uma, mas duas vezes! Talvez, seja uma "otimista incoerente" ou de fato, valorize a experiência amorosa. Carreira nenhuma acolherá meus sonhos e medos no meio da noite (no sentido literal), nem posso me aninhar no colo dos contratos de clientes. Nunca compensei um eventual vazio amoroso com o sucesso profissional. São pilares importantes e a meu ver, independentes, na construção da minha felicidade e realização como mulher.
Penso que o ponto de equilíbrio não pode residir nos extremos. Nem na submissão ao homem ou no canto oposto, ao "dispensá-lo" como se não fosse importante caminhar ao lado da pessoa amada e enfrentar juntos os desafios da vida.
Relacionamentos saudáveis conferem crescimento à existência. O valor da experiência amorosa permanece entrelaçado ao sentido mais profundo que encontrei em meu caminho.
Entretanto, creio, a regra de ouro da vida é descobrir o que combina com a alma de cada um. Por isto, não acredito em receitas, nem nasci com vocação para bússola. Confesso que sou "desnorteada" por natureza. Falo (e escrevo) unica e exclusivamente por mim.
(*) IMAGEM: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net