“Antichute” do Enem: piada ou palhaçada?
Eu estava vindo para o trabalho nesta linda manhã de quinta-feira, Brasília toda verde e florida, ouvindo a Band News FM, como sempre faço (agora melhor depois de encerrado aquele ‘saco’ do horário eleitoral). Aí ouvi, pelo noticiário nacional, algo que, a princípio, pensei haver entendido mal. Depois, como ainda tive a oportunidade de ouvir mais duas vezes a mesma notícia repetida pelo noticiário local, constatei que era fato e verdade. Aí pensei (ou falei mesmo, sei lá!): não falta mais nada na Educação brasileira.
Segundo a notícia que rola por aí, a princípio no rádio e na Internet, é de que “estatisticamente quem acerta as questões mais difíceis devem (sic) acertar as mais fáceis”; assim, esse sistema de ‘antichute’ detectaria se o aluno sabia ou não a questão da prova, se foi chute ou não. E estatística entende de conhecimento, aprendizagem, avaliação, de Educação? Interessante que a maioria das universidades aprovou essa ideia estapafúrdia. Ocorre que também elas não entendem muito de educação básica; o pessoal de lá gosta mesmo é de escrever artigos científicos; didática, então, passa longe dos doutores e mestres.
Mas voltemos ao caso. De onde esse pessoal tirou essa hipótese de que, se ao aluno errar algumas questões ‘consideradas’ mais fáceis (algumas nem sempre bem elaboradas), o fato de acertar uma ou mais questões ‘consideradas’ difíceis terá sido mero ‘chute’. Aí essa questão será anulada. Tenha santa paciência! E o aluno não pode ter achado mais fácil aquela questão considerada pelos doutores da educação como difícil por ter aprendido com mais facilidade o conteúdo da disciplina? E o pior é que isso será analisado no geral, da prova como um todo.
Uma coisa é certa: muita gente será prejudicada com essa gracinha dos ‘entendidos’ doutores e mestres (políticos) da Educação brasileira. Há coisas mais importantes com as quais se preocupar em se tratando de educação básica nesse país.
Para mim, quem teve essa ideia besta e antiquada deveria ser assessor do deputado federal Tiririca, e ficar bem longe, mas bem longe mesmo de decisões referentes à Educação.
E tenho dito! Goste ou não quem quiser.