CRISTO. "SABER OU NÃO SABER". EQUÍVOCOS.

Vi ontem uma entrevista com um intelectual de cepa. Altamente inteligente, agudo raciocínio, um ateísta. Manifestou um terrível equívoco histórico ou não, quando disse que a crucificação de Cristo se deu por ser um ativista político que conspirava contra a hierarquia judia e o Império Romano.Nesta externação residiria o equívoco ou não, pois disse que somente os conspiradores, os sublevadores políticos eram mortos pela pena da crucificação. E Barrabás, o que era (?), um simples ladrão ou um agitador político? A maciça história diz ser um simples ladrão. Mas o evangelista Marcos reporta que Barrabás, que estava condenado à crucificação e foi liberto, foi julgado por outro crime:

“Marcos 15:7 . - E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte”.

Muda assim a memória histórica trivial. Por essa faceta histórica Barrabás

não era um preso comum, mas político. A Palestina, dominada e escravizada, vivia cheia de rebeldes.

Barrabás era culpado, pois além de rebelde havia matado um homem. Também a história em uma de suas vertentes explica que a pena da crucificação à época se dirigia aos piores crimes, mas os romanos obtiveram esse legado dos persas e o adotaram como pena eficaz para dissuação: a crucificação do líder.

E a execução bem como sua sequência era cuidada para que não se tornasse um símbolo o apenado, o crucificado. Em razão disso nada podia sobrar de seu corpo. A pena de morrer no fogo ou jogado às feras não era tão lenta e dolorosa como a agonia da crucificação que levava dias até o fim, de três até sete dias. Era uma pena de forte exemplo para dissuadir aqueles que seguissem a conduta do punido.

Essa uma latência histórica que explica melhor a crucificação e suas atrocidades, o corpo totalmente abandonado no Gólgota, palavra de origem aramaica, língua de Jesus, que significa “crânio”. Portanto, era o “lugar do crânio”, local onde exposto o corpo a abutres e cães comedores de carniça só restava o crânio.

Esse episódio da história que marcou o tempo de forma inigualável, denso de pesquisa, mostra como “o saber e não saber” pode gerar equívocos . Imagine-se a mídia em suas várias manifestações, sendo eu mesmo testemunha de suas inverdades, quando reporta e todos creem em omissões e deturpações veiculadas, dizendo o que não dissemos ou inventando o que não existe. Aumenta-se em lente gigantesca o fato na internet.

No “saber ou não saber” é preciso depurar pelo filtro da correção e, ter muito cuidado, enorme cuidado com a falsidade, a mentira e o “péssimo caráter” que campeiam e se alastram na internet, em montagens e difusão da mitomania.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 04/11/2010
Reeditado em 04/11/2010
Código do texto: T2596190
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