RODEIO DAS GORDAS

Ontem era o dia marcado para morrer a iraniana Sakineh, mas me parece que a mobilização internacional em favor de sua absolvição está conseguindo lhe garantir uma sobrevida, não se sabe, no entanto, até quando. Continuemos a batalha. Vamos divulgar em todos os meios possíveis de comunicação rápida. Quem sabe não sensibilizamos os dirigentes do país para o fim dessa abominação contra o ser humano?

Eu sempre me refaço uma pergunta histórica sobre os casos de maldade extrema do ser humano: estamos piorando ou foi o desenvolvimento da tecnologia da informação que nos faz chegar rapidamente de qualquer ponto do planeta as notícias de que as coisas continuam como sempre foram? Desde uma época muito remota temos notícias de atrocidades que o ser humano vem cometendo. Só que muita coisa ficou restrita aos lugares onde ocorreu ou nos livros de história. Pouca gente, portanto teve acesso e tomou conhecimento. Mas há registros de arrepiar os cabelos desde a invenção da escrita. A pergunta, então continua no ar até que eu fique convencido do sim ou não por analogia com a modernidade ou pelo doutor Michael Stone do programa O ÍNDICE DA MALDADE, do canal Discovery.

Como no resto do mundo, no Brasil incomoda ainda mais por seu meu país e ter que conviver cotidianamente com situações tão repugnantes. Eu vi esta semana mais uma estarrecedora atitude de jovens universitários praticando um espetáculo de horror chamado de rodeio das gordas. Precisa explicar que esta humilhação também mata as vítimas por dentro? Dizem os dirigentes que vão apurar, para depois advertir, suspender ou expulsar os culpados. Isso basta?

A mesma poderosíssima mídia que divulga as notícias, debate assuntos tais como violência e preconceitos, dá guarida em sua grade de programação a programas que fazem sutilmente apologia destes comportamentos abjetos, em nome da liberdade de manifestação e expressão. (No fundo, é muito mais em nome dos lucros que isso gera por causa do apego esquisito que a população em boa parcela tem por espetáculos sinistros e de extremado mau gosto).

Outra coisa que me intriga: desde o caso da menina da mini saia, passando por trotes violentos de levar a mortes e outras tantas abominações: estamos assistindo a tudo isso de dentro de instituições de ensino superior, em tese, berço dos filhos de nossa elite bem educada e letrada.

Acho que o rigor das leis pode aplacar a fúria dos insensatos mas não muda suas mentalidades. Pelo menos é isto que temos visto pelo mundo afora. A lei, no entanto, eu defendo que seja rigorosamente aplicada, senão vou confirmar muito mais rápido que o triunfo será da barbárie.

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Obs: Se alguém quiser participar da mobilização enviando mensagem para a ONU a fim de solidarizar-se com a campanha internacional em favor da vítima é só acessar o link:

http://www.avaaz.org/po/24h_to_save_sakineh/?vl

josé cláudio Cacá
Enviado por josé cláudio Cacá em 04/11/2010
Código do texto: T2595931
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