CAMILA
              
(Desculpem, mas é uma história verídica.Aconteceu antes de ontem no Rio)
 

Camila, uma menina de nove anos está alegre. Tem festa hoje na rua de baixo. Aquela rua que costuma fazer festa no meio da rua é comum. E vai ter feriados, bom motivo para os maiores que adoram se reunir e comemorar. A festa é para os pequenos e os grandes, festa para a comunidade relaxar, aproveitar a folga. Dia claro ainda começa a se juntarem todos.
Camila pede se pode ir e vai de bicicletinha. Gente pobre, os pais ficam em casa e alguns dos cinco irmãos. Outros vão também, cada um na sua própria diversão.
Numa casa próxima, algumas depois da de Camila, sentado no degrau da frente, um homem jovem observa os vizinhos passando e pensa se deveria ir também. Mas o que o atrai nem é a festa. Bebe mais um gole da sua garrafa ao lado, e se motiva seguir aqueles moleques correndo pela rua a fora.
A corrida dos meninos é mais rápida que o pedalar de Camila. O homem a alcança. Rápido, carrega-a para um canto meio escuro e ninguém percebe. Rápido também, tira as roupas de Camila e ela mal tem tempo de perceber e entender o que acontece, quer gritar e não consegue. O homem a estupra e lhe dá inúmeras facadas na garganta e outras partes do corpinho. Como a luz da rua já escureceu, ele pega o corpinho magro e inerte e põe dentro de uma caixa de isopor ali jogada, e carrega o fardo para um monte de lixo junto ao meio fio da rua, e neste monte, ele joga a criança. E se manda satisfeito voltando à sua vida normal.

Noite já, a filha não volta. Saem pai e mãe à procura de Camila, que demora. Encontram um amontoado de vizinhos e um carro de polícia denunciando algum acontecido. Alguém diz para o casal que encontraram uma menina.
Uma menina no lixo.

Ambos se sobressaltam e não querem ver, nem crer.

Mas a mãe não quer olhar, mas de longe olha e já viu o bracinho magro de sua Camila. O pai foi até lá e volta desesperado. Mãe entende tudo. O sofrimento e desespero é que os une.

O corpinho é levado para o IML.
A polícia prende o assassino. Este confessa o crime e diz que a bebida o faz pensar coisas absurdas.

3/11/10   - Palavras: 395